Evento celebrou os 192 anos da independência da Bolívia e as duas santas mais populares do país; presença brasileira nos grupos folclóricos chama a atenção
Escrito por Rodrigo Borges Delfim e Antonella Vilugrón Pulcinelli
O Memorial da América Latina, em São Paulo, virou um pedacinho da Bolívia no último final de semana (dias 5 e 6/08). O motivo foi a 11ª Festa Boliviana Fé e Cultura, que celebrou os 192 anos de independência do país vizinho e ajudou a movimentar um pouco mais a numerosa comunidade boliviana residente na capital paulista.
De acordo com dados oficiais da SPTuris, os bolivianos formam a segunda maior comunidade migrante na cidade de São Paulo (60 mil), atrás apenas dos portugueses. Esse número, no entanto, pode ser bem maior. Estimativas extraoficiais chegam a apontar em 400 mil o tamanho da comunidade.
Ao final dos desfiles, em frente ao palco principal estava montado um altar com duas das santas mais populares da Bolívia, as virgens de Copacabana e de Urcupiña. Cada um que se apresentava prestava sua homenagem ao passar pelo local, que contou ainda com a presença de autoridades bolivianas e brasileiras.
O apresentador e cantor folclórico Pepe Murillo, figura pública de renome na Bolívia, também acompanhou os desfiles em São Paulo e expressou orgulho pelo que viu no Memorial, ao ver sua pátria se fazer representada. “O país não está apenas nos limites de um mapa, mas também em outros lugares com os bolivianos e seus descendentes e admiradores da cultura boliviana”.
Embora a participação da colônia boliviana na festa seja muito grande, a cada ano é possível encontrar mais pessoas de fora apreciando a rica cultura do país vizinho.
“Eu sou formado em Geografia e essa área cultural é algo que eu gosto muito de estudar. Vim de Limeira, interior de São Paulo, passear um pouco por aqui, estava a um tempo querendo voltar aqui no Memorial e fiquei sabendo da festa. Estou achando tudo fantástico”, conta o geógrafo Rodrigo Beveck sobre a experiência de acompanhar a festa.
“A sensação de estar aqui é inexplicável. Da minha família sou a única que levo adiante a minha cultura. Para mim é maravilhosa a sensação de subir aqui, e estar representando nossa pátria é inexplicável. Já faz uns 10 anos que eu danço, e apesar da minha mãe não falar muito eu consigo ver nos olhos dela o orgulho que ela tem de me ver participando”, conta a brasileira Esther Flores Fonseca, de mãe boliviana e pai paranaense.
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