segunda-feira, 20 de julho de 2020

Governo catalão vai processar Juan Carlos por corrupção

Quim Torra anunciou que vai levar a tribunal não só o “rei emérito” de Espanha mas também todos os que tenham participado e encoberto “práticas corruptas”. Juan Carlos é acusado de ter recebido milhões dos sauditas e de ter transferido parte para a sua amante.
 
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Juan Carlos de Borbón com o primeiro-ministro Rajoy na altura da sua abdicação da coroa.

O presidente do governo catalão anunciou que os serviços jurídicos da Generalitat irão instruir um processo contra o ex-rei de Espanha, Juan Carlos de Borbón y Borbón, por corrupção. Quim Torra acrescentou que quem o tenha ajuda a encobrir “práticas corruptas” também será visado e a própria Casa Real espanhola poderá ser acusada.
 
O processo será devido ao último escândalo a envolver Juan Carlos: o “presente” de 100 milhões de euros que recebeu de membros da real saudita como “comissão” pela sua “intervenção” na adjudicação a empresas espanholas de uma linha ferroviária de alta velocidade na Arábia Saudita em 2008. 65 milhões deste dinheiro foram parar, em 2012, à conta de Corinna Larsen, sua ex-amante, que o presidente catalão também pretende levar à barra dos tribunais. Esta, justificou a entrada de dinheiro como um ato de “gratidão e amor”. E revela agora que não o devolve por ter sido aconselhada a não o fazer pelos seus advogados.

A formulação avançada pelo presidente da Generalitat, que diz pretender incluir na acusação “todos aqueles que, de uma forma ou de outra, tenham participado, ajudado, cooperado ou encoberto as práticas corruptas” não é clara sobre se o atual rei, Felipe VI, também possa vir a estar entre os réus.

Torra justifica a ação judicial dizendo que “a corrupção tem de ser perseguida independentemente de quem nela participe” e que “não se pode olhar para o lado perante factos tão graves como os de que, alegadamente, serão responsáveis não só o rei emérito, como um grupo relevante de pessoas que não possuem imunidade”.
[Foto: Palácio La Moncloa/Wikimedia Commons. - fonte: www.esquerda.net]

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