
Foi uma daquelas coisas que acontecem por acaso. Andando pela Avenida Paulista, vislumbro um rosto conhecido. Audrey Hepburn. Já tinha visto aquela fotografia, com certeza. Mas não conhecia esse prédio enorme, imponente, bem pertinho da Rua da Consolação.

Descubro que é o Instituto Moreira Salles e que lá estava em cartaz uma exposição celebrando o centenário do fotógrafo Irving Penn (1917-2009), ícone desta arte. Em duas galerias, a mostra apresenta o seu trabalho em diversas fases. Grata supresa! E de graça! Quer coisa melhor? Te convido a dar uma voltinha nessa mostra imperdível em cinco momentos.

O início

Nascido em 1917, no estado de Nova Jersey, EUA, Irving Penn tornou-se assistente de Alexey Brodovitch, diretor de arte da revista Harper’s Bazaar na década de 1930. Após adquirir sua primeira máquina fotográfica em 1938, começou sua carreira de fotógrafo com imagens de letreiros e neons. Essas são as primeiras imagens em cartaz na mostra, seguidas dos trabalhos em natureza-morta, uma das paixões de Penn durante toda a vida.


Famosos

No fim da década de 1940, começou uma de suas séries mais conhecidas e influentes, clicando personalidades da época, já à serviço da Vogue, onde viria a tornar-se um dos maiores colaboradores. Com estilo simples, retratava personalidades do porte do cineasta Alfred Hitchcock, do escritor Truman Capote e do artista plástico Salvador Dalí em cenário quase sempre único, uma espécie de esquina composta por duas paredes. O fotógrafo continuou registrando famosos anos depois, caso de Anaïs Nin e Gianni Versace, destas vezes experimentando outros formatos.






Profissões

Seguindo a mesma toada das fotografias de famosos, Irving Penn clicou trabalhadores das mais diversas profissões usando um fundo básico. Cruas, as fotos são um fruto de suas épocas, mas, ainda assim, atemporais.

Moda

Foi no universo da moda que o fotógrafo talvez se tenha sagrado com o grande público. Afinal, é ele o recordista de capas da revista Vogue, bíblia do gênero, principalmente nos anos 1950. Penn também tinha ligação com o mundo fashion sob o ponto de vista pessoal: casou-se com a modelo Lisa Fonssagrives.



Mundo

Em espaço de destaque na mostra, a primeira viagem do fotógrafo para um editorial de moda. Foi para Cusco, no Peru, em 1948. A matéria saiu na Vogue da época e mostrava um Natal tipicamente peruano. Mais à frente na exposição, podemos ver as suas viagens pela Nova Guiné, na Oceania, o antigo reino de Daomé, na África, hoje Benim, e o Marrocos, no mesmo continente africano.









“Irving Penn: centenário” tem o crédito do The Metropolitan Museum of Art, em Nova York, iniciativa conjunta à Fundação Irving Penn. A curadoria é de Jeff L. Rosenheim e Maria Morris Hambourg. No Instituto Moreira Salles, a coordenação fica por conta de Sergio Burgi e Mariana Newlands. A mostra vai até 25 de novembro, de graça.
E para postar aquela foto no Instagram, é possível ser clicado em frente ao backdrop original usado por Penn, bem como na reprodução de sua famosa parede dobrada. Eu fiz as minhas fotos, não sou bobo, nem nada.

“Para mim, pessoalmente, a fotografia é uma maneira de superar a mortalidade”, Irving Penn.
[Créditos das imagens: Arthur H. Herdy e Bruno Jaques - fonte: lozengelis.wordpress.com]
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