quinta-feira, 6 de abril de 2017

Cinema tunisino na Cinemateca: o levantar de um véu sobre o desconhecido


De 06 a 19 de abril a Cinemateca apresenta a cinematografia tunisina, que como em geral as cinematografias dos países árabes é desconhecida em Portugal.


Escrito por Zita Ferreira Braga

A própria Cinemateca, ao longo dos últimos 20 anos, além de projecções pontuais, só organizou três ciclos dedicados a estas cinematografias: um ao cinema egípcio em 1996, um ao argelino em 2001 e um breve ciclo de três filmes dedicado ao cinema tunisino actual, em janeiro do ano passado.
No entanto, a cinematografia tunisina não é recente. As primeiras imagens do país foram captadas em 1896 pelos operadores Lumière e no ano seguinte foram organizadas as primeiras projecções.


A primeira longa-metragem data de 1924. O país tornou-se independente em março de 1956, dotou-se de estruturas laicas, facto sobretudo visível na condição feminina, e investiu seriamente na educação.

Em 1958, foi fundada a primeira revista de cinema do país independente, pelo cineclube de Sfax.

A primeira longa-metragem realizada por um tunisino depois desta data foi feita em 1966: AL FAJR (“A AURORA”), de Omar Khlifi.

Nesse mesmo ano foram criadas as Jornadas de Cinema de Cartago, um festival internacional que permitia ao público familiarizar-se com a melhor produção internacional, mas cujos prémios eram reservados a filmes do mundo árabe e da África negra.

Em 1967, seria fundado um bem equipado estúdio e, em 1971, seria publicado o primeiro livro sobre a história do cinema na Tunísia.

Nos anos sessenta e setenta surgiriam diversos nomes marcantes, num contexto estável e optimista. Mas as incertezas políticas do período final do longo “reinado” de Habib Bourguiba (1957-87) e o completo endurecimento político do regime após a deposição do “Grande Combatente” tornaram a situação do cinema tunisino muito difícil até à revolução de janeiro de 2011.


Neste ciclo propõe-se uma visão histórica, embora não exaustiva, do cinema tunisino, com dois dos filmes mais célebres desta cinematografia, que obtiveram êxito nos circuitos internacionais de autor, nos anos noventa, “HALFAOUINE” e “OS SILÊNCIOS DO PALÁCIO”, dois filmes de Nouri Bouzid, um dos nomes mais consagrados do cinema do país, um de outro nome importante, Mahmoud ben Mahmoud, um filme de produção recente e, para rematar, um retrato do fundador do Festival de Cartago, o homem que foi a consciência cultural do cinema tunisino nos anos sessenta e setenta, Tahar Chéria. Em sete filmes, uma mostra do belo cinema de um país tão próximo e tão distante. 

Os filmes do programa são primeiras exibições na Cinemateca.

[Fonte: ]

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