Não
são poucas as boas performances femininas da temporada pré-Oscar. Mas,
para elas, sobram apenas quatro vagas na disputa pelo careca dourado de
melhor atriz, uma vez que uma delas, ao que tudo indica, provavelmente
será de Natalie Portman, na pele de Jackie.
Depois de
cativar o Festival de Veneza, onde o filme estreou na semana passada, a
cinebiografia da ex-primeira-dama mais icônica dos Estados Unidos,
Jacqueline Kennedy, confirmou no Toronto International Film Festival
(TIFF) 2016 o buzz em torno do longa do chileno Pablo
Larraín (No) – que, até o momento, conta com 100% de aprovação no site
Rotten Tomatoes (mas com apenas 15 resenhas críticas contabilizadas).
E Jackie é
um filme de atriz. Em quadro durante praticamente todos os 90 minutos
de duração do filme, Portman conseguiu apenas não mimetizar o trejeito
afetado da fala e da postura da viúva de John F. Kennedy, como também
anular a própria persona – já tão marcante – para dar lugar à personagem
(afinal, não é disso que se trata o ofício de atriz?). A produção é tão
convincente no retrato da intimidade dos Kennedy, que coloca o público
em uma posição de mórbido privilégio, focando a história na semana
seguinte à tragédia do assassinato.
“Turbinado por uma surpreendente performance de uma Natalie Portman nunca tão boa no papel título”, escreveu o crítico do Hollywood Reporter. Em reportagem, a publicação não titubeia: “Na realidade, ela está tão bem que provavelmente sairá [do Oscar] com sua segunda estatueta de melhor atriz”, na cola de Cisne Negro (2010).
Para a Variety, o filme é “provocativo
e inteiramente frio na voz especulativa associada aos pensamentos mais
privados sobre casamento, fé e autoimagem, galvanizados pelo
protagonismo de um trabalho complexo e meticuloso de Natalie Portman”. “Portman
consegue incorporar por completo a voz doce e ofegante de Kennedy, sem
deixar que a afetação leve o melhor de si mesma. O sotaque não define o
seu papel – ele se funde com uma vitalidade tenaz”, tascou o profissional do The Guardian, para concluir: “Jackie não é um caça-Oscar – é cinema de verdade”.
Darren Aronofsky (que produziu o filme), Portman, o diretor Pablo Larrain e Noah Oppenheim, roteirista.
Para sedimentar a indicação da atriz, só faltava mesmo um grande estúdio topar a distribuição do filme nos Estados Unidos. Ops, não falta mais. Porque nesta terça, no Festival de Toronto, a Fox a anunciou a compra dos direitos e vai lançá-lo comercialmente no país em dezembro. Resta saber quando a produção vai estrear no Brasil.
[Fonte: www.coisasjudaicas.com]
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