quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Português é ensinado em Buenos Aires a alunos com necessidades especiais

Fundado em 1989, em Buenos Aires, o Instituto Los Angeles proporciona desde 1990, o ensino a crianças, jovens e adultos com necessidades especiais. Naquela instituição a língua portuguesa é ensinada a 45 dos 245 alunos. O programa é coordenado pelo Leitorado de Português no Instituto de Ensino Superior em Línguas Vivas Juan Ramón Fernández e pela respectiva leitora, Irma González.

Em Março de 1990 foi criada a turma inaugural de alunos do Instituto Los Angeles, a primeira instituição criada na Argentina na área da Educação Especial. O início do ensino do português naquela instituição data do mesmo ano.


A instituição oferece a oportunidade a crianças, jovens e adultos com necessidades especiais de estudarem nos níveis primário e secundário seguindo o currículo tradicional de ensino, e concede certificados válidos ao ingresso no ensino superior. “Aumentando a sua autonomia, permite que se tornem cidadãos de pleno direito na busca de uma real inclusão social”, refere o documento de apresentação da instituição de ensino.

O instituto que agrega o maior número de estudantes com necessidades especiais na Argentina e proporciona quatro níveis de ensino: primário, setor técnico para o ensino profissional, secundário para jovens e secundário para adultos.

As aulas de português são ministradas desde a abertura da instituição, mas o número de alunos começou a crescer quando o Leitorado de Português existente no Instituto de Ensino Superior em Línguas Vivas Juan Ramón Fernández, começou a sua colaboração.

Ensino há 25 anos


“O Instituto Los Angeles tem Português como Língua Estrangeira 1 (LE1) desde há 25 anos, mas o número de alunos que escolhia língua portuguesa teimava em não crescer”, recorda Irma González.

A leitora de português coordena um grupo de três professores que ensinam a língua de Camões naquela instituição e revela que, desde que a colaboração foi iniciada, em 2013, “o número de alunos a escolherem língua portuguesa como LE1 aumentou de 7 para 45”, sendo que nenhum destes estudantes é lusodescendente.

“No início da colaboração, em 2013, este leitorado elaborou para o ILA um documento com ‘Orientações Gerais de Ensino-Aprendizagem de Português Língua Estrangeira’, com linhas de atuação para os professores de Português Língua Estrangeira destinadas à certificação de conhecimentos e à programação didática da disciplina”, recorda Irma González. Neste projeto, o leitorado envolveu os professores de história, geografia e artes, para que passassem “a considerar os aspetos contidos nas linhas de orientação, na elaboração dos seus programas específicos - História de Portugal, Geografia de Portugal, etc”, explica, revelando que foi ainda crianda uma Biblioteca de Português para consultas, com obras e material cedido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, I.P.).

Os professores realizam anualmente formações específicas, tendo em conta o universo de alunos existente no Instituto, e para além das aulas, são dinamizadas sessões de literatura infantil e juvenil.

“Levamos poetas e narradores convidados para dinamizarem atividades com os alunos, como por exemplo Fernando Aguiar em 2015. Promovemos exposições de trabalhos de alunos sobre a língua e a literatura portuguesas, com a colaboração dos professores das outras disciplinas envolvidas no projeto”, revela ainda Irma González.


[Fonte: www.mundoportugues.pt]

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