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Os governos dos países lusófonos estão empenhados em tornar a Língua Portuguesa uma das Línguas oficiais – ou até uma das línguas de trabalho – da Organização das Nações Unidas. |
O embaixador da República Portuguesa na Organização das Nações Unidas (ONU), Álvaro Mendonça e Moura, explicou à Agência Lusa que existe “um esforço constante” e que “todos os parceiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão empenhados em persistentemente defender e valorizar” o lugar da Língua Portuguesa na organização internacional.
O embaixador do Brasil, Guilherme de Aguiar Patriota, disse que “é uma prioridade para o Brasil a colaboração estreita com os países de Língua Portuguesa na ONU” e propõe “que a estratégia de disseminação [da Língua] seja feita de modo gradual, uma vez que se trata de uma questão que envolve custos”.
“Um ponto de partida, por exemplo, poderá ser a tradução de alguns documentos da ONU para a Língua Portuguesa”, explicou Aguiar Patriota, sublinhando que “em algumas agências especializadas da ONU, como por exemplo a Organização Mundial de Propriedade Intelectual, a OMPI, já se admite a prática de intervenções em português durante as reuniões principais do órgão deliberativo”.
A ONU tem hoje duas línguas de trabalho (inglês e francês) e seis línguas oficiais (árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol).
Se o português fosse considerado Língua oficial, todas as intervenções seriam obrigatoriamente traduzidas em simultâneo. Caso alcançasse o estatuto de Língua de trabalho, todo a documentação produzida passaria a estar disponível também em português.
Em 2010, o Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, já manifestara este desejo e desafiara os países lusófonos a incentivar o uso da língua.
Desde então, os países têm feito um esforço para sublinhar a diversidade geográfica da implantação da língua em debates de alto nível, como aconteceu em setembro no debate geral na abertura da Assembleia Geral da ONU, em que todos os representantes da CPLP falaram em português.
Para tornar isso possível, a CPLP teve de pagar cerca de 550 euros e facultar uma tradução dos discursos em uma das línguas oficiais de cada intervenção.
A presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff, abriu a 68ª. sessão da Assembleia Geral da ONU discursando em Língua Portuguesa. O Brasil é membro fundador da ONU e um dos primeiros signatários da Carta das Nações Unidas, em junho de 1945. O representante do Governo brasileiro, por tradição das Nações Unidas, faz o primeiro discurso das sessões da Assembleia Geral porque um chanceler brasileiro, Osvaldo Aranha, presidiu a primeira sessão especial do órgão em 1947.
Os embaixadores Álvaro de Mendonça e Moura, de Portugal, e Guilherme de Aguiar Patriota, do Brasil, defendem maior presença da Língua Portuguesa nos comunicados oficiais das Nações Unidas.
–– O Português já é uma Língua “verdadeiramente global” ––
Álvaro Mendonça e Moura sublinhou que o português “já tem estatuto de língua oficial, de trabalho ou de documentação numa multiplicidade de entidades pertencentes ao sistema” da ONU e dá vários exemplos, como Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Álvaro Mendonça e Moura sublinhou que o português “já tem estatuto de língua oficial, de trabalho ou de documentação numa multiplicidade de entidades pertencentes ao sistema” da ONU e dá vários exemplos, como Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O mesmo acontece na União Africana, na União Europeia, que adotou todas as línguas dos países-membros, na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O diplomata lembrou ainda que português é uma das duas línguas não oficiais com emissões diárias na Rádio ONU e que isso é “o reconhecimento devido pelo expressivo número de falantes do português no mundo, em diferentes países e em vários continentes”.
Mendonça e Moura recordou que o português “é a única das línguas com expressão verdadeiramente global que não é língua oficial das Nações Unidas”, considerando-se a associação do número de falantes com a implantação geográfica, em oito países de quatro continentes.
O diplomata reconheceu, no entanto, que “o momento atual de crise financeira internacional não é o mais propício a realizar um projeto desta natureza que envolve naturalmente investimentos significativos e despesas recorrentes apreciáveis”.
“Mas nem por isso o nosso empenho, nem o dos nossos parceiros da CPLP diminui, continuando a aproveitar todas as oportunidades para realçar a importância da nossa língua no contexto das relações internacionais, incluindo no quadro de resoluções das Nações Unidas”, concluiu. :::
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–– Extraído da Agência Lusa ––
–– Extraído da Agência Lusa ––
[Fonte: ventosdalusofonia.wordpress.com]
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