A Sinagoga de Ponta Delgada, uma das mais antigas do país, esteve de
portas abertas para visitas guiadas a um templo onde os curiosos
puderam observar vestígios únicos da cultura hebraica nos Açores.
Encerrado
há mais de 50 anos, o edifício encontra-se parcialmente em ruínas, mas o
seu interior mantém intacta a traça original e alguns objectos de
culto, tais como uma cadeira de circuncisão (1819), candelabros e vária
documentação histórica em hebraico.
O responsável pela Sinagoga de
Ponta Delgada e historiador José de Almeida Mello adiantou que é “uma
oportunidade rara de descobrir o património da cidade”. “Além de mim, as
visitas vão contar com a presença do último judeu a residir na ilha de
São Miguel, Jorge Delmar”, disse José de Almeida Mello, acrescentando
que esta iniciativa inédita ocorre no ano em que se assinala os 190 anos
da chegada dos primeiro Judeus aos Açores.
As primeiras referências
concretas ao estabelecimento de famílias judaicas nas ilhas datam da
segunda década do século XIX, oriundas essencialmente de Marrocos, de
onde saíram devido a restrições económicas que lhes haviam sido
impostas. Desvanecido o poder da Inquisição em Portugal e após o advento
do regime Liberal, os judeus, com provável ascendência portuguesa,
radicaram-se em várias ilhas do arquipélago, tendo em 1818 sido criada
uma pequena comunidade hebraica na cidade de Ponta Delgada, indicou o
historiador.
Recentemente a autarquia de Ponta Delgada
comprometeu-se a liderar o processo de recuperação da Sinagoga,
construída em 1836 e que é actualmente propriedade da Comunidade
Israelita de Lisboa.
Localizada na Rua do Brum nº 16, a Sinagoga de
Ponta Delgada não é facilmente encontrada, uma vez que se encontra
inserida num edifício com uma fachada idêntica a uma típica morada
açoriana.
[Fonte: www.mundoportugues.org]
Sem comentários:
Enviar um comentário