Livro 'Cuidar da Água: Responsabilidade de Todos' será distribuído em escolas do Alto Uruguai, para ser usado em sala de aula. Objetivo é fornecer informações e reflexões sobre a importância de preservar os recursos hídricos.
Livro sobre preservação da água ganhou versão no idioma kaingang pelos estudantes
da Universidade Federal de Erechim
Um grupo de estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, passou o último ano dedicando-se à tarefa de traduzir do português para o idioma kaingang um livro sobre a importância de preservar a água. A versão da obra "Cuidar da Água: Responsabilidade de Todos" será distribuída a cerca de 250 escolas que tenham alunos indígenas na região do Alto Uruguai.
O objetivo é oferecer opções de títulos pedagógicos no idioma indígena. Os seis estudantes envolvidos no processo de tradução e revisão do português para o kaingang são do curso de Licenciatura em Educação no Campo: Ciências da Natureza. Eles já atuam como professores da língua, como explica a professora Cherlei Coan.
Ela é uma das autoras do livro, idealizado para incentivar o tema da preservação da água nas áreas indígenas. Em uma história em quadrinhos, os autores abordam questões como manejo correto das fontes de água, importância do tratamento dos recursos e de evitar o desperdício, por exemplo.
Dos cerca de 140 estudantes do curso de Educação no Campo, 120 são indígenas, conta a professora. A necessidade de trabalhar com a temática nas escolas foi observada pelos próprios universitários, a partir de diferentes atividades nas comunidades indígenas em que eles vivem. “Identificamos sérios problemas de falta de água, de uso de água não tratada. Daí veio a ideia de um livro sobre o tema”, conta Cherlei.
"A gente foi fazendo um trabalho minucioso. Cada um dos quadrinhos eles traduziam para o kaingang, aí nos diziam o que tinham traduzido para vermos se estava de acordo [com o original]", descreve a professora.
Além do idioma, a professora ressalta a importância de oferecer um material que esteja de acordo com a realidade vivida pelos alunos indígenas. "Questões que são problemas naquela realidade: uso e escassez de água, importância do tratamento, alternativas, como captação da água da chuva, tratamento de esgoto, cisternas, uso de plantas", resume a professora.
[Fonte: g1.globo.com]
“Há uma escassez de material traduzido para ser trabalhado nas escolas. A tradução é difícil pois existem muitos dialetos em diferentes comunidades kaingangs, e nem todas as palavras têm tradução”.
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Grupo de estudantes trabalhou por um ano na tradução do livro, conta professora
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Desafio da tradução
Os estudantes enfrentaram o desafio de transpor o texto em português para o kaingang, que é um idioma majoritariamente falado. Segundo a professora, algumas palavras ficaram em português mesmo, por não haver equivalência, como termos técnicos da ciência da natureza."A gente foi fazendo um trabalho minucioso. Cada um dos quadrinhos eles traduziam para o kaingang, aí nos diziam o que tinham traduzido para vermos se estava de acordo [com o original]", descreve a professora.
Além do idioma, a professora ressalta a importância de oferecer um material que esteja de acordo com a realidade vivida pelos alunos indígenas. "Questões que são problemas naquela realidade: uso e escassez de água, importância do tratamento, alternativas, como captação da água da chuva, tratamento de esgoto, cisternas, uso de plantas", resume a professora.
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História em quadrinhos também aborda relação de indígenas com a água |
[Fonte: g1.globo.com]
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