domingo, 17 de abril de 2016

Os dois horizontes, poema de Machado de Assis, interpretado por Camané

Um horizonte, a saudade
Do que não há de voltar
Outro horizonte, a esperança
Dos tempos que hão de chegar

O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente
Tal é na hora presente
O horizonte do passado

Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou

Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro

Na avidez do bem sonhado
Ao nosso espírito ardente
Nunca o presente é passado
Nunca o futuro é presente

[Machado de Assis]





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