segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Seleção do Festival de Angoulême muda após críticas por falta de mulheres na lista

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Três dos indicados, Riad Sattouf, Daniel Clowes e Joann Sfar, chegaram a afirmar que se retirariam da seleção em repúdio

O Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême mudou a forma de seleção dos artistas indicados para o Grande Prêmio após críticas de discriminação dada a ausência de nomes femininos na lista.

Em comunicado, os organizadores afirmaram que para transpor “uma última etapa na democratização para a indicação do Grande Prêmio” será dado “total livre arbítrio” aos profissionais dos quadrinhos para fazer sua escolha dos ganhadores. Isto significa que os organizadores não mais fornecerão uma lista de nomes a partir da qual, até hoje, eram feitas as sucessivas seleções.
Riad Sattouf participou da Flip em 2015

“O festival espera que deste modo o processo em marcha com vistas a uma participação feminina cada vez maior na área dos quadrinhos encontrará, quando os autores/autoras considerarem eles próprios ser oportuno, uma forma de reconhecimento por meio deste Grande Prêmio”, diz o comunicado.

Os organizadores responderam deste modo às queixas que lhes foram apresentadas porque entre os 30 indicados ao prêmio de 2016 não havia nenhuma mulher.

Uma campanha lançada por um grupo de profissionais dos quadrinhos contra o sexismo formado por mais de uma centena de criadoras, pedia um boicote da eleição vencedor do Grande Prêmio em protesto contra a ausência total de mulheres no concurso.

Segundo o grupo, tratava-se de uma “evidente discriminação” e uma “negação total da nossa representatividade em um meio onde as mulheres atuam cada vez”.

Também a ministra da Cultura da França, Fleur Pellerin, criticou a ausência de mulheres entre os candidatos ao Grande Prêmio, afirmando ser “muito anormal”.

“A cultura deve ser um exemplo em termos de igualdade e representação da diversidade, e neste caso não observamos isto”, queixou-se a ministra.

Três dos indicados, Riad Sattouf, Daniel Clowes e Joann Sfar, chegaram a afirmar que se retirariam da seleção para mostrar seu repúdio.

O festival se defendeu, negando qualquer disposição discriminatória e insistindo que há anos os indicados saem de uma votação da qual participam três mil autores profissionais. E observou que havia incluído mulheres na lista dos selecionados, mas elas “obtiveram poucos votos e ficaram nas últimas posições”, de modo que foram excluídas da lista que agora foi tornada sem efeito”.

Além disso, enfatizaram que na seleção oficial de 2016 - que depende diretamente dos organizadores - as mulheres têm “um porcentual muito significativo”: 25% dos livros, quando as autoras representam 15% dos profissionais do setor.

São dez livros realizados por mulheres que o festival convida o público e os jornalistas a descobrirem porque “personificam, com os de outros autores selecionados, o presente e o futuro dos quadrinhos”. 

Tradução de Terezinha Martino


[Fonte: www.estadao.com.br]

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