Ministro
Luiz Fux dispensa mensagem explicativa em 'Caçadas de Pedrinho', acusado de ter
conteúdo racista
Em
2010, Conselho Nacional de Educação recomendou a não distribuição da obra ou
uso de nota no material
Escrito por MATHEUS
MAGENTA
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal,
rejeitou nesta sexta-feira (19) um mandado de segurança que pedia a inclusão de
uma nota explicativa sobre racismo no livro "Caçadas de Pedrinho", de
Monteiro Lobato, distribuído pelo governo federal no Programa Nacional
Biblioteca na Escola. A ação pedia ainda a capacitação de professores sobre o
tema.
Cabe recurso ao plenário do
Supremo. A celeuma teve início em 2010, quando um parecer do Conselho Nacional
de Educação recomendou a não distribuição da obra ou a veiculação da tal nota
explicativa, sob o argumento de que o livro de Lobato é racista.
A personagem negra Tia
Nastácia, por exemplo, é comparada na obra a uma "macaca de carvão".
Em razão da repercussão
negativa, o Ministério da Educação pediu a revisão do parecer por avaliar que a
contextualização de obras desse tipo por parte dos professores, munidos de
obras de referência, já seria suficiente.
O Instituto de Advocacia
Racial, do Rio, e o técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto
discordaram da avaliação do ministério e entraram com um mandado de segurança
no Supremo em novembro de 2011.
"Nosso objetivo não era
censurar a obra, mas sim garantir que o Ministério da Educação implemente
medidas concretas como a capacitação dos professores sobre a história da África
e a cultura afro-brasileira, como determina a lei nº 10.639/03", diz o
advogado Humberto Adami, responsável pela ação.
A Procuradoria-Geral da
República se manifestou contra o mandado de segurança por questões processuais,
sem se aprofundar no mérito. O teor da decisão do relator Luiz Fux ainda não
está disponível para consulta.
Adami afirma que irá recorrer
da decisão no plenário do Supremo e, se necessário, em tribunais
internacionais.
Procurado, o Ministério da
Educação afirmou que só irá se pronunciar sobre a questão quando o julgamento
do caso estiver encerrado.
[Fonte: www.folha.com.br]
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