Mesmo com alto custo de produção, publicações têm boas
vendas
Os livros são grandes, têm capa dura e se confundem, no
aspecto, com os livros de arte – mas o conteúdo, além das receitas, passa por
reflexões sobre a gastronomia, profissão que se consolidou no Brasil a partir
do início do século 21. O mercado editorial aproveita: só a Editora Senac São
Paulo, uma das que mais se dedicam ao gênero, possui 256 títulos gastronômicos
ativos e vendeu 13,5 mil exemplares entre janeiro e julho de 2014 – um
crescimento de 96% em relação ao mesmo período de 2013. Esse movimento faz os
eventos literários, como a Bienal do Livro, que fica até o próximo domingo no
Anhembi, ceder espaços grandes e com programação extensa, como o Cozinhando com
Palavras – e vale a pena: quase mil livros de gastronomia da editora foram vendidos
até ontem, 34% do total.
O crescimento que se mantém há pelo menos três anos é resultado,
segundo a publisher da Editora Senac, Jeane Passos, da atenção dada à própria
alimentação, quando as pessoas voltam a produzir e cozinhar para si mesmas.
Às vezes, forçosamente: preços de restaurantes muito altos, dificuldade na
mobilidade, lei seca, violência.
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O Espaço Cozinhando com Palavras, na Bienal, reflete importância dos livros sobre gastronomia. |
Jeane diz que o interesse na publicação de livros de
gastronomia surgiu por dois fatores principais: necessidade do mercado e o
crescimento no número de cursos de formação profissional e acadêmica na
área.
“Para nós, os números se
equilibram com esses fatores”, comenta. Só o Senac oferece mais de 170 cursos
na área.
Mas não é fácil – os livros
apresentam alto custo de produção, em decorrência não só dos projetos gráficos
caprichados, mas também porque há testes de receitas, tanto de autores
nacionais como internacionais – em alguns casos, elas podem ser bem
caras.
“Além da tradução, muitas
vezes temos que tropicalizar as receitas, adaptar ingredientes e formas de
preparo mais próximos dos brasileiros”, conta Jeane. Os métodos para
contrabalançar o alto custo são vários: procura por materiais alternativos,
tiragens maiores (de 5 a 10 mil exemplares) e o coprint internacional – quando
editoras do mundo todo imprimem na Ásia com tiragens gigantescas e textos
traduzidos. Por isso, prepare o bolso quando quiser investir um pouco – e com
razão – na própria alimentação: os livros custam em média R$ 100.
[Fonte: www.estadao.com.br]
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