sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

III Conferência da Lusofonia em Lisboa: o papel global da CPLP

A III Conferência da Lusofonia da Assembleia da República,
de Lisboa, foi realizada no auditório do edifício novo do
Parlamento português.
Ocorreu no dia 8 de janeiro a III Conferência da Lusofonia, que teve lugar no novo auditório da Assembleia da República, em Lisboa. O tema do evento é CPLP: Polo à Escala Global.
Esta é uma da iniciativa do Círculo de Reflexão Lusófona, uma associação com o objetivo de dinamização de relações de cooperação entre os países de Língua Portuguesa. Ela é presidida pelo economista Francisco Murteira Nabo e foi fundada pelo antigo ministro das Finanças da República Portuguesa, Ernâni Lopes, falecido em 2010.
–– Murargy: CPLP é “desafio colossal” e “fonte de oportunidades” ––
O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o embaixador Murade Murargy, abordou sobre o tema “CPLP: Ator Multipolar no Mundo Global”.
Murargy sublinhou que a pertença dos Estados-membros da CPLP em várias organizações regionais não é “obstáculo intransponível à integração económica” no espaço lusófono. Ele reconheceu que a dispersão regional dos Estados-membros é “um desafio colossal”, mas também “uma fonte de oportunidades”.
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O embaixador defendeu ainda a expansão do acesso aos mercados regionais dos oito países-membros que convivem no espaço da CPLP – Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
Impõe-se, porém, identificar “objetivos e prioridades”, frisou, dando como exemplo a decisão dos membros da CPLP em “focalizar a cooperação económica em clusters de desenvolvimento”.
Entre os oito membros da comunidade, “Portugal e Brasil poderão dar importantes contributos” aos restantes seis “nos domínios da capacitação”, acrescentou.
–– Chissano: a Lusofonia é uma “utopia útil” ––
O ex-presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, também falou à conferência. No dia anterior, em conferência dos 40 anos do semanário Expresso, ele declarou considerar que a Lusofonia é “uma utopia útil”.
Chissano lembrou ainda que assenta em uma língua comum, mas não pode “sufocar as culturas dos povos” dos países que a partilham. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi a “expressão política” de uma vontade de união, mas os seus membros precisam de chegar ainda a acordo sobre “uma mesma perspetiva”, defendeu o ex-presidente moçambicano. Se a Lusofonia “é um espaço cultural, tem ainda muito caminho por andar”, afirmou. “O que nos une não é a Língua, é que o que decidirmos fazer com ela.”
José Ramos-Horta e Joaquim Chissano reuniram-se
na III Conferência da Lusofonia da Assembleia da
República, em Lisboa.
O debate contou ainda com outros conferencistas convidados, como o ex-presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que representará o Secretariado-Geral da Organização das Nações-Unidas na Guiné-Bissau.
Também compareceram o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado; o atual embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva; e o ex-embaixador de Cabo Verde em Portugal, David Hopffer Almada. O encerramento da conferência em Lisboa esteve a cargo do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da República Portuguesa, Luís Brites Pereira.  :::
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–– Extraído da Agência Lusa, do Observatório da Língua Portuguesa e da rádio RDP África ––
[Fonte: ventosdalusofonia.wordpress.com]

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