quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cesária Évora dá nome a duas ruas em França


O nome da cantora cabo-verdiana Cesária Évora, falecida aos 70 anos no dia 17 de dezembro do ano passado, passa a constar da toponímia de duas cidades francesas, anunciou hoje a sua promotora em Portugal.

Uma das artérias de Saint-Denis, cidade nos arredores Norte de Paris, passa a ostentar o nome da intérprete de «Sôdade». Nesta cidade há também uma rua com o nome de Amílcar Cabral, líder do movimento independentista da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

«A rua Cesária Évora exprime a vontade do município e dos habitantes de Saint-Denis em valorizar as mulheres que lutaram pelos direitos humanos. A rua situa-se no bairro Gare Confluences, e vem juntar-se a nomes ilustres como os de Miriam Makeba, Rosa Park, Bledhar Fátima Bledhar e Simone Bernier, aos quais foi igualmente reservado um espaço público, naquela cidade», disse à Lusa Ana José Charrua, da Tumbao.

Ana José Charrua recordou à Lusa que «Cesária Évora já tinha expressado a sua alegria face à existência da Avenue Amílcar Cabral, em França, e, durante uma visita a Saint-Denis, em julho de 2011, manifestou o seu desejo em associar a sua imagem e pessoa às diversas ações de promoção da cultura de Cabo Verde, que decorrem nesta cidade, desde há muitos anos».

Nesta cidade francesa reside «uma grande comunidade de cabo-verdianos e franceses de origem cabo-verdiana, que ali vive há décadas», acrescentou.

O nome da «diva dos pés descalços» batiza também uma das artérias da cidade de Colombes, nos arredores nordeste de Paris, a cerca de 11 quilómetros do centro da capital francesa, disse a mesma fonte.

Cesária Évora iniciou a sua carreira internacional em Paris, onde ficou conhecida como «a diva dos pés descalços», tendo gravado em 1988 o álbum «La diva aux pied nus», aclamado pela crítica gala.

Em 2009, o presidente francês Nicolas Sarkozy entregou-lhe a medalha da Legião de Honra.

Na altura, depois de sujeita a uma intervenção cirúrgica, Cesária Évora voltou aos estúdios e anunciou, não só uma digressão como a gravação de um novo álbum, que não se veio a concretizar.

No dia 24 de setembro do ano passado, numa entrevista ao Le Monde, a cantora anunciou que tinha de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emitiu então um comunicado confirmando as declarações da «diva dos pés descalços», no qual dava conta da tristeza de Cesária, que sentia por ter de o fazer.

Nesse mesmo dia, ao princípio da tarde, a cantora foi internada no hospital parisiense de Pitié-Salpêtrière, por ter sofrido «mais um acidente vascular cerebral [AVC]».

«Cise», como era tratada por amigos e companheiros de palco, morreu no hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, em Cabo Verde, três meses depois.

Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e atuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, «Live in Paris», e registou dezenas de colaborações em discos de outros músicos como Caetano Veloso ou Marisa Monte.

Lusa

[Fonte: www.lux.iol.pt]

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