terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Netanyahu pide clemencia ao presidente de Israel no seu xuízo por corrupción

O primeiro ministro israelí solicita que se lle exima definitivamente de calquera responsabilidade no proceso legal ao que está a ser sometido 


primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, solicitou formalmente ao presidente do país, Isaac Herzog, que emita unha orde de clemencia e exímalle definitivamente, en prol do «interese nacional», de calquera responsabilidade no xuízo por corrupción ao que está a ser sometido o xefe do Goberno israelí, e polo que non admite culpabilidade ningunha. 

En realidade, Netanyahu explica na súa carta que, a pesar do seu interese persoal en «levar a bo termo» o proceso xudicial ao que está a ser sometido, o procedemento está a causar tal inestabilidade que non ve máis solución que acelerar a súa conclusión para «reducir a tensión no debate que se suscitou ao redor do mesmo». 

«Por tanto, e a pesar do meu interese persoal en demostrar a miña inocencia ata a miña completa absolución, creo que o interese público dita o contrario», explicou o primeiro ministro israelí na súa declaración. «Pola miña responsabilidade pública, como primeiro ministro, de intentar lograr a reconciliación entre as partes do pobo, non me cabe dúbida de que a conclusión do xuízo axudará a reducir a tensión no debate que se suscitou ao redor do mesmo», aseverou antes de esgrimir unha vez máis o conflito en Gaza como motivo prioritario da súa petición.  

«Ante os desafíos de seguridade e as oportunidades políticas que enfronta actualmente o Estado de Israel, comprométome a facer todo o posible para sandar as divisións, lograr a unidade do pobo e restaurar a confianza nos sistemas do Estado, e agardo que todos os poderes do Estado fagan o mesmo», indicou. 

O primeiro ministro está sinalado en tres causas por unha batería de delitos, entre eles o de fraude ou aceptación de subornos, aínda que denunciou que todo forma parte dunha persecución política. De feito, logrou volver ao poder para un sexto mandato xa cos procesos abertos, a finais do 2022.  

Entre as acusacións na súa contra atópase o uso indebido de poder para presionar aos medios de comunicación e que difundan información favorable ao Goberno. Un dos casos remóntase ao ano 2000, cando tratou supostamente de chegar a un acordo co diario Yedioth Aharonot para que falase de forma positiva da súa administración a cambio de impulsar unha lexislación que prexudicase á súa principal competencia, o diario Israel Hayom.  

Desde o estalido da guerra de Gaza, Netanyahu lamentou que o proceso na súa contra foi un lastre que lle impediu executar con normalidade a súa tarefa. O primeiro ministro presentou numerosas peticións de adiamento nas súas comparecencias ante o tribunal, citando cuestións de saúde, seguridade ou visitas diplomáticas.   

Hai dúas semanas, o presidente dos Estados Unidos e grande aliado de Netanyahu, Donald Trump, deu un paso máis ao enviar unha carta a Herzog para pedirlle que sopesase directamente o indulto para o primeiro ministro ao asegurar que o caso xudicial contra el está «politicamente motivado» desde o 2020 e asegurase que os delitos dos que se acusa a Netanyahu son «cargos inxustos co fin de facerlle un gran dano».  

A presidencia israelí procede a estudar a petición  

Na súa primeira resposta, a oficina da Presidencia de Israel eludiu pronunciarse de forma inmediata e indicou que estudará a situación a conciencia. «Trátase dunha solicitude de clemencia extraordinaria con importantes implicacións. Tras recibir todas as opinións, o presidente do Estado consideraraa con responsabilidade e seriedade», fai saber na nota.   

A oficina do presidente Herzog, no seu comunicado, pasa a explicar que a solicitude foi presentada ao Departamento Xurídico da Presidencia polo avogado do primeiro ministro, Amit Hadad, e desde aí será transferida ao Departamento de Indultos do Ministerio de Xustiza, «que solicitará as opinións de todas as autoridades competentes».   

«Posteriormente, estas opinións transmitiranse á Asesora Xurídica da Presidencia e ao seu equipo para que formulen unha opinión adicional para o presidente», momento en que Herzog adoptará unha decisión respecto diso, conclúe o comunicado

[Imaxe: Ronen Zvulun | REUTERS - fonte: www.lavozdegalicia.es]

Traduzir a Bíblia sem exigir perfeição à Igreja

O tradutor da versão grega do Antigo Testamento, Frederico Lourenço, está a um volume de terminar a sua missão de colocar em língua portuguesa a Septuaginta. 

             A apresentação deste novo volume da Bíblia será feita por Francisco José Viegas e o tradutor na Fnac-Colombo, dia 4 pelas 18h00. 

Escrito por João Céu e Silva 

O professor catedrático e coordenador dos Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra é mais (re)conhecido pela sua atividade de tradutor do grego e do latim e é nesta missão de traduzir a Bíblia que tem ocupado a maior parte do seu tempo na última década. Não que Frederico Lourenço se tenha apenas dedicado à Bíblia, pois entretanto publicou dois livros com a edição bilíngue de alguns Evangelhos, além de outras obras clássicas.

Publicado há duas semanas, o sexto volume da Bíblia já chegou às livrarias e sucedeu-lhe o mesmo que aos anteriores volumes: a entrada direta nos primeiros lugares das tabelas de vendas. Pergunta-se ao autor se o leitor não estranha que esta tradução esteja a ser feita por alguém que “começou este trabalho há mais de uma década, numa atitude de afastamento em relação à Igreja Católica”, como o próprio escreve no prefácio. Frederico Lourenço explica a decisão que o levou a enfrentar um trabalho monumental de vários milhares de páginas: “Diria que houve uma grande vantagem no facto de ter começado todo este trabalho sobre a Bíblia no longo período da minha vida em que estive afastado da Igreja. Não parti para o trabalho com o intuito de reivindicar e provar as certezas do catolicismo, mas sim numa atitude racional e aberta à viagem que o trabalho sobre a Bíblia me iria proporcionar.” Acrescenta: “Não comecei com as conclusões definidas de antemão, como acontece no estudo teológico da Bíblia, mas com tudo em aberto. Deixei que o estudo e o aprofundamento dos temas me levassem ao ponto no qual a análise objetiva dos problemas teria inexoravelmente de chegar. A viagem consistiu no processo intelectual de entender objetivamente a Bíblia, em vez de ter andado à procura, na Bíblia, da confirmação de certezas pré-adquiridas.”

Não é difícil confirmar o entusiasmo com que avançou neste volume ao lerem-se as várias notas introdutórias aos vários textos e, principalmente, as notas de rodapé que acrescentam uma enorme compreensão à leitura de o Pentateuco. Daí que se questione o tradutor sobre o quanto “esta viagem pela Bíblia” o fez regressar “à vivência serena da prática católica” e se justifica o “reequacionar” da sua “identidade de ex-católico” por estar mais esclarecido. Vai-se mais longe; é a releitura da Bíblia a solução para os católicos desavindos com a sua Igreja poderem recuperar a sua fé? Responde: “A vivência da fé é diferente para todas as pessoas e cada indivíduo tem a sua história pessoal de proximidade e de afastamento em relação à Igreja. No meu caso, o ter-me afastado da Igreja nunca representou um afastamento de Jesus Cristo e da sua mensagem. Sou conscientemente um seguidor de Jesus desde que percebi, em criança, o que isso significa. O meu amor por Jesus nunca esmoreceu um milímetro em toda a minha idade adulta, embora não possa esconder que a Igreja Católica na qual fui batizado e educado me tenha desiludido muitas vezes. Mas a minha atitude atual é de não exigir da Igreja a perfeição, porque eu próprio não sou perfeito e não tenho nem autoridade nem santidade para atirar pedras a ninguém. De resto, o meu regresso à Igreja tem sido marcado pela surpresa diária relativamente ao acolhimento generoso das pessoas que são a Igreja: refiro-me tanto ao clero como aos católicos frequentadores assíduos da Igreja.”

Frederico Lourenço considera este VI volume o mais importante do Antigo Testamento, tendo antecipado a sua tradução e deixado por terminar o Tomo 2 do V volume. Não se pode fugir à grande questão sobre se essa alteração de plano se deve a estar cansado de uma tarefa que já leva muitos anos? Explica as razões de ter mudado a ordem assim: “Uma ideia que passou por vezes pela minha cabeça era que seria pena se morresse sem ter traduzido a parte mais importante do Antigo Testamento: o Pentateuco, que está contido neste Volume VI. Não conto morrer em breve, mas apaziguou-me deixar para último lugar o tomo menos interessante do Antigo Testamento e lançar-me diretamente à tarefa de trabalhar sobre o Pentateuco. A decisão foi determinante para mim, porque foi a viagem pelo Pentateuco que fez desmoronar as reservas que eu tinha em relação ao regresso à Igreja.”

Na introdução ao livro de Levítico, Frederico Lourenço faz uma pergunta: “Quem é o destinatário das leis que aqui são codificadas?” A resposta que dá é de que estas leis se aplicam exclusivamente a Israel. Então, quer-se saber, como vê esta “legislação” com a guerra que Israel está a fazer? O tradutor assinala que é uma “questão absolutamente crítica”. Prossegue com o seu pensamento: “Antes de conhecer a fundo o Pentateuco, achava que representava o empecilho intransponível que me impedia de me identificar como católico praticante. Como é que um cristão pode aceitar algumas das barbaridades que são atribuídas a Deus neste conjunto de cinco livros? Acabei por encontrar o meu caminho intelectual nesse labirinto - será o tema do meu próximo livro -, que me mostrou ser possível ter fé e pertencer à Igreja, sem contudo ter de engolir tudo o que os antigos israelitas quiseram pôr na boca de Deus. Dou só o exemplo de Deuteronómio 21, em que os pais de um filho alcoólico são autorizados a entregá-lo para ser apedrejado até à morte. Não aceito que esse procedimento seja possível para pais cristãos de um filho alcoólico. Digo o mesmo da autorização repetidamente concedida por Deus aos israelitas na Bíblia para exterminarem os outros povos que com eles partilhavam a mesma terra. Temos de aceitar que Deus não disse nem diz tudo o que convém aos homens que Ele diga.”

O tradutor faz questão de referir o poder transfigurador da intuição poética na leitura teológica e, entre parêntesis, exalta-a: “O que seria deste mundo sem poesia?” Serão os crentes tão tocados pela poesia como o tradutor, pergunta-se: “A questão da beleza poética da Bíblia bateu-me com muita força na minha adolescência, quando li pela primeira vez o romance Brideshead Revisited de Evelyn Waugh. Fala-se aí da adoração dos pastores e dos magos na manjedoura de Belém; e uma das personagens do romance diz que acredita no relato dos evangelistas porque é tão belo. É como se a beleza fosse ela própria uma confirmação da verdade. Leio e releio em grego os Evangelhos do Novo Testamento diariamente: é o meu principal exercício de devoção. E todos os dias me espanto com a beleza extraordinária do texto. As palavras de Jesus são de uma beleza poética transcendente. No meu entender, a interpretação teológica da Bíblia cartografa essa beleza em termos de uma estrutura arquitetónica cujo arco liga o Antigo Testamento ao Novo. É como se os livros individuais da Bíblia fossem pedras soltas de épocas diferentes, que a teologia junta para construir um edifício mais grandioso ainda do que a Basílica de São Pedro.”     

BÍBLIA

(Volume VI)

Frederico Lourenço (tradução)

Quetzal

608 páginas      

[Fonte: www.dn.pt]

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Comenzó conteo regresivo para Festival de Cine de La Habana

El 46 Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana comenzó su conteo regresivo y hoy, a cuatro días de su inauguración, crecen las expectativas relacionadas con invitados extranjeros y las obras en concurso. 


Uno de los actores ya confirmados para participar en el evento y de gran atractivo para el público cubano, además de ser muy conocido en la isla por participar en varias telenovelas estrenadas aquí, es el brasileño Thiago Lacerda, a quien recordamos por el personaje de Giuseppe Garibaldi en “Siete mujeres”.

El concurso Largometrajes de ficción también está plagado de interesantes propuestas de varios países como el propio Brasil, además de Colombia, Argentina, Chile, la anfitriona y México.

De esta última nación, pero en el apartado de Cortometraje de ficción compite en Ópera prima el filme “Casa chica”, dirigido por Lau Charles.

La expresión “casa chica” describe una práctica común en la sociedad mexicana en la cual algunos hombres casados tienen una doble vida y construyen una familia paralela, con mujer e hijos, además de su linaje principal. Es una forma de concubinato.

Valentina, de cinco años de edad, y su hermano Quique, de 11, conocen a la otra familia de su papá y sus vidas dan un vuelco al descubrir que su media hermana tiene la misma edad que Valentina.

A través de dos miradas construidas desde la infancia, la película reconstruye las memorias fragmentadas de la directora, culminando con una reveladora imagen: su familia real 25 años después.

Figuran también en esta selección del 46 Festival del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana producciones de Europa (Francia, España, Italia y Noruega) y de Asia.

oda/dpm

[Fuente: www.prensa-latina.cu]

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Contra el Black Friday: Alargascencia, un directorio de más de 1.200 tiendas de reparación y segunda mano

Amigas de la Tierra lanza una web como alternativa al modelo de sobreproducción que agrava la crisis climática y ocasiona violaciones de derechos humanos en todo el mundo.

Hombre haciendo una reparación.

Ante la fiebre consumista desatada por el Black Friday es necesario echar el freno y buscar alargar la vida útil de aquellas cosas que compramos, luchar contra el fenómeno de la obsolescencia programada y el modelo de consumo y producción actual. “Las cosas se reparan” es el lema bajo el que se ha lanzado la web Alargascencia, impulsada por la organización ecologista Amigas de la Tierra. En dicha web se puede encontrar un directorio con más de 1.200 comercios por todo el Estado donde se pueden reparar cosas o adquirir o alquilar productos de segunda mano y en el que esperan que se unan más comercios y locales con este nuevo lanzamiento. 

No es solo un directorio. Tal y como se explica en la web, “Alargascencia es una campaña que busca presionar a las administraciones para conseguir nuestro derecho a reparar y cambiar las políticas para reducir la producción y el consumo de recursos”. “Ya sabemos que el reciclaje es insuficiente para reducir el consumo de recursos naturales”, denuncian, “hay que reducir la demanda de consumo actual para frenar esta espiral insostenible de crecimiento ilimitado en este planeta de recursos finitos”, concluyen.

Uno de los principales focos de la insistente publicidad de este viernes de ofertas y consumo desenfrenado es la tecnología. Precisamente, desde Amigas de la Tierra señalan que en los últimos 30 años la fabricación de aparatos como smartphones y portátiles se ha disparado. “Cada año se ponen en el mercado en España 25 millones de estos dispositivos”, apuntan. Un consumo que ha generado un crecimiento exponencial de los residuos debido a una vida útil cada vez más corta. En la actualidad, explican desde la ONG, un smartphone es desechado de media a los 3,5 años de vida. “Este reemplazo no se debe en general a fallos físicos del producto, sino a la 'obsolescencia programada'. Como resultado, los residuos electrónicos son el flujo de residuos que más crece en la Unión Europea”, denuncian.

Amigas de la Tierra reclama al Gobierno “limitar el poder de grandes marcas y empresas, que los productos se fabriquen para ser más duraderos, reparables y sostenibles, y garantizar un derecho a reparar a precios asequibles”

Según un estudio realizado por la Universidad de Zaragoza, duplicar la vida útil de móviles y portátiles en España podría evitar emisiones de CO2 equivalentes a las emisiones anuales de 17.000 vehículos privados. Lo que indica que promover medidas para alargar la vida útil de las tecnologías no solo supone beneficios a la hora de abordar la crisis climática sino para ahorrar energía. Según los hallazgos de la investigación, al alargar un año tan solo la vida útil de cada smartphone de 2024 a 2040 se reduciría el consumo de energía en 1.389 Gwh, el equivalente al consumo eléctrico anual de una ciudad como Zaragoza.

Esta campaña para denunciar esta situación de consumo desenfrenada no solo consiste en una web de alternativas, también señalan se exige al Gobierno que establezca medidas para garantizar un modelo de producción y consumo acorde con los límites planetarios. Ahora que se está elaborando la Ley de Consumo Sostenible, desde Amigas de la Tierra reclaman al Gobierno “limitar el poder de grandes marcas y empresas, que los productos se fabriquen para ser más duraderos, reparables y sostenibles, y garantizar un derecho a reparar a precios asequibles”.

También pone el foco en las consecuencias de este modelo en los países del sur y la responsabilidad de las instituciones europeas. En concreto, Amigas de la Tierra denuncia la extracción de minerales necesarios para mantener la maquinaria de producción y consumo de tecnología. “Hace una semana, el derrumbamiento de una mina de cobalto en República Democrática del Congo ha dejado, al menos, setenta personas fallecidas. Se estima que el 70 % del cobalto a nivel mundial, un metal esencial para la industria de armamento y las baterías de coches eléctricos, se extrae en este país”, denuncia la organización, que señala este ejemplo como uno de los que muestra los “impactos devastadores, especialmente para las poblaciones del Sur Global, donde las multinacionales mineras se aprovechan de una regulación ambiental y en materia de derechos humanos casi inexistente”.

Es por ello que, coincidiendo con la semana del Black Friday, Amigas de la Tierra exige a la Unión Europea que ponga fin a los acuerdos comerciales para la obtención de minerales, ya que agravan la desigualdad y la vulneración de derechos. “La Unión Europea debe poner fin al extractivismo voraz que, dentro y fuera de Europa, está aplastando los derechos de las poblaciones locales y el medio ambiente. En lugar de impulsar el boom minero, los gobiernos deberían priorizar alargascencia y el derecho a reparar”, ha afirmado Adriana Espinosa, responsable de recursos naturales de la organización.

[Foto: Homedust - fuente: www.elsaltodiario.com]



Na companhia de William S. Burroughs

Em 1978, em Nova Iorque, a obra do autor de Queer foi objeto de uma celebração muito especial, agora revisitada pelo cinema. 


Escrito por João Lopes 

A herança literária de William S. Burroughs (1914-1997) desafia qualquer categoria artística ou filosófica em que o tentemos encerrar. Prova eloquente poderá ser o fabuloso Queer (2024), de Luca Guadagnino, baseado na obra homónima de Burroughs, por certo o filme mais radical - entenda-se: de uma beleza radical - que este ano chegou às salas portuguesas. Agora, reencontramos Burroughs num belo documentário, Nova ‘78, coassinado pelo português Rodrigo Areias e o americano Aaron Brookner - já apresentado no Doclisboa, passa hoje no Porto/Post/Doc (Batalha Centro de Cinema, 21h30).

No sentido mais básico, e também mais cinematográfico, Nova ‘78 documenta um acontecimento. A saber: a chamada Nova Convention, uma série de encontros/espetáculos - concertos, performances, conversas, etc. - que teve lugar em Nova Iorque ao longo de três dias de 1978 (30 nov., 1 e 2 dez.). Imaginado por Sylvère Lotringer, crítico literário francês, na altura sediado em Nova Iorque, o acontecimento foi concebido como um tributo a Burroughs, regressado aos EUA em 1974.

A partir dessa data, em grande parte graças ao apoio do amigo Allen Ginsberg, Burroughs foi superando a toxicodependência, aliás amplamente espelhada na sua escrita, nomeadamente em Queer (escrito em 1951-53, mas só publicado em 1985). Com ecos da chamada Nova Trilogy (The Soft MachineThe Ticket that Exploded e Nova Express), lançada entre 1961 e 1967, os eventos da Nova Convention recordam-nos um Burroughs admirado como verdadeiro guru da chamada contracultura da década de 1970 (o termo “contracultura” tinha sido cunhado em 1969 pelo escritor e filósofo Theodore Roszak). Para os seus pares, através da crítica da sociedade pós-industrial e do sistema legal de monitorização das diferenças individuais, Burroughs justificava mesmo a aura de “filósofo do futuro”. 

Nesta perspetiva, o mínimo que se pode dizer da Nova Convention é que foi um fascinante painel de contrastes, mesmo quando (ou sobretudo porque) a organização não foi um prodígio de rigor logístico. Podemos, por exemplo, descobrir Philip Glass num solo (minimalista, pois claro) no seu sintetizador, Merce Cunningham numa performance com John Cage, Laurie Anderson numa exposição prospetiva sobre o futuro (com a voz eletronicamente modificada) e o próprio Burroughs em várias intervenções.

A apresentação inicial dos acontecimentos está a cargo de Terry Southern, companheiro da Geração Beat que, ao longo da década de 60, tinha participado na escrita de vários argumentos para cinema, incluindo Dr. Strangelove (1963) e Easy Rider (1969). Com alguma bizarra ironia, Patti Smith assume a tarefa de dizer aos espetadores que Keith Richards, inicialmente anunciado, não irá aparecer... tendo sido “substituído” por Frank Zappa!

As imagens de Nova ‘78 foram registadas por Howard Brookner, tio de Aaron Brookner, ele que viria a realizar o documentário Burroughs: The Movie (1983). Agora, Aaron e Rodrigo Areias trabalham essas imagens começando por evitar a facilidade de uma voz off que se limitasse a “descrever” o que estamos a ver. Na sua multiplicidade de acontecimentos, a Nova Convention renasce, assim, como cerimónia de uma criatividade (veja-se e ouça-se a vibração de Ginsberg a declamar um dos seus poemas) em tudo marcada pelas convulsões do seu tempo (há mesmo algumas palavras contundentes de Burroughs sobre a revolução dos aiatolás no Irão). Dito de outro modo: a ideia de uma contracultura não pode ser transposta de um contexto para outro, mas a sua herança contém uma energia contagiante.

 

[Fonte: www.dn.pt]

Premian la trayectoria de Juana Vásquez en la defensa y enseñanza del zapoteco


Juana Vásquez Vásquez, mujer mixe y zapoteca de Villa Hidalgo Yalálag, fue reconocida con el Premio FAHHO CaSa Emiliano Cruz 2025 por más de 45 años de trabajo en la revitalización del dill wlhall, la creación de materiales educativos y la traducción de documentos coloniales que resguardan la memoria histórica de los pueblos zapotecos. 

El jurado destacó que Vásquez dedicó su vida a fortalecer su lengua materna mediante vocabularios, diccionarios y materiales didácticos destinados a familias y docentes, además de coordinar talleres de lectoescritura junto con otros miembros de su comunidad. Recordaron que en 2003 participó en la creación del Centro Cultural Zapoteco Uken Ke Uken, un espacio donde jóvenes yalaltecas continúan el trabajo comunitario de preservación lingüística y cultural. 

Su conocimiento del zapoteco colonial ha permitido la interpretación de documentos de los siglos XVI al XIX, una labor fundamental para comprender la historia de los pueblos zapotecos. Beam de Azcona afirmó que “al igual que Emiliano Cruz, la Sra. Juana Vásquez es una intelectual zapoteca que ha dedicado su vida al beneficio de su comunidad, ha inspirado y apoyado a distintas personas, defendiendo su pueblo, su cultura y su lengua, incluyendo la traducción de muchos textos escritos en zapoteco colonial”.

El reconocimiento fue anunciado por el CaSa, la Asociación Civil Amigos del IAGO y del CFMAB, y la Fundación Alfredo Harp Helú Oaxaca. Las instituciones subrayaron que, a sus 82 años, Vásquez continúa impulsando la lectura y la escritura en zapoteco y mantiene viva una tarea colectiva que hoy sostiene a nuevas generaciones comprometidas con su territorio y su lengua.

A continuación el comunicado completo:

Juana Vásquez Vásquez gana el Premio FAHHO-CaSa Emiliano Cruz 2025

El Centro de las Artes de San Agustín (CaSa), la Asociación Civil Amigos del Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca (IAGO) y del Centro Fotográfico Manuel Álvarez Bravo (CFMAB), en colaboración con la Fundación Alfredo Harp Helú Oaxaca (FAHHO) a través de la Biblioteca de Investigación Juan de Córdova, se complacen en anunciar a Juana Vásquez Vásquez como la ganadora del Premio FAHHO-CaSa Emiliano Cruz en su edición 2025.

Vásquez Vásquez, es una mujer mixe y zapoteca, originaria de Villa Hidalgo Yalálag. A lo largo de varias décadas dedicada a la promoción de su lengua, se ha desempeñado como traductora, paleógrafa, promotora de la lengua zapoteca de la variante xhon (dill whlall) y defensora del territorio y de los derechos de los pueblos indígenas.

Desde hace más de 45 años, Juana Vásquez ha trabajado en distintos ámbitos para fortalecer su lengua materna, el dill wlhall, como la creación de materiales didácticos, vocabularios y diccionarios para proveer las herramientas de enseñanza a madres, padres, cuidadores y docentes. Sumado a estos esfuerzos, Vásquez Vásquez, en conjunto con otros compañeros yalaltecas, ha planificado y coordinado talleres de lectoescritura zapoteca en su comunidad. En 2003, con la meta de transmitir elementos y prácticas culturales a las nuevas generaciones, fue miembro fundador del Centro Cultural Zapoteco Uken Ke Uken, un espacio de formación que ha sido crucial para la educación de jóvenes yalaltecas, que actualmente dan continuidad a la tarea de revitalización y preservación de la lengua zapoteca.

Además, gracias a su profundo conocimiento del zapoteco, se ha dedicado a la importante tarea de traducir documentos escritos en zapoteco colonial –que datan del siglo XVI al XIX–, por ello ha fungido como consultora para investigadores y lingüistas. Dichas investigaciones tienen como objetivo identificar, descifrar, interpretar y publicar estos documentos que como un testimonio del pasado de las comunidades zapotecas y extender la comprensión de las formas del lenguaje mismo.

El Premio FAHHO-CaSa Emiliano Cruz fue creado en memoria de Emiliano Cruz Santiago, un joven de San Bartolomé Loxicha que, desde los 19 años, hasta su muerte repentina a los 29 años, se dedicó a la documentación, descripción y promoción de su lengua materna, el dí’zdéh’ (zapoteco miahuateco). El premio busca reconocer a personas que, como Cruz Santiago, promuevan sus lenguas de manera individual o colectiva por iniciativa propia.

Este año, se recibieron 31 nominaciones de 6 estados de la república. El jurado destacó la trayectoria de Juana Vásquez, que desde edad temprana demostró un gran talento lingüístico que la llevó a apoyar a su comunidad y que a sus 82 años, continúa promoviendo la lectura y escritura en zapoteco.

“Al igual que Emiliano Cruz, la Sra. Juana Vásquez es una intelectual zapoteca que ha dedicado su vida al beneficio de su comunidad, ha inspirado y apoyado a distintas personas, defendiendo su pueblo, su cultura y su lengua, incluyendo la traducción de muchos textos escritos en zapoteco colonial”, afirmó Beam de Azcona, quien fue cercana colaboradora de Emiliano Cruz. “Es un ejemplo del cual podemos aprender e inspirarnos”.

Desde su primera emisión, en 2020, el Premio FAHHO-CaSa Emiliano Cruz ha reconocido a diversos promotores en lenguas. En su primer edición en el 2020, el premio fue otorgado a Cipriano Ramírez Guzmán, hablante del ixcateco, idioma en alto peligro de extinción; en su segunda edición, el ganador fue Roberto Gómez López por los aportes realizados al idioma tu’ún savi (mixteco) a través de redes sociales; en la tercera edición, la ganadora fue María de Lourdes Martínez Gómez, hablante de zapoteco y activista por el acceso a la salud en lenguas originarias; en la cuarta edición, el ganador fue Javier García Martínez, promotor, escritor y traductor del mazateco a través de la narración oral; en su quinta edición, se premió a Reynaldo López de la Paz, quien promueve el tu’ún savi a través de talleres dirigidos al personal médico con la finalidad de proveer un trato digno a pacientes monolingües; en 2025, Juana Vásquez Vásquez recibirá el reconocimiento.

El Premio FAHHO-CaSa Emiliano Cruz será entregado en una ceremonia de premiación en el marco de los Premios CaSa 2025 el día 13 de diciembre del año en curso en el Centro de las Artes de San Agustín. Este galardón otorga un premio de $30,000 pesos y una obra gráfica del artista José Ángel Santiago. 



[Fuente: www.desinformemonos.org]

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Legir coma aisina per aprene e valorizar la lenga

Lo clubs de lectura son de vertadièrs espacis de sociabilitat ont la lenga se viu pas solament coma objècte d’estudi, mas coma instrument de comunicacion autentica 


Per Dolors Català e Esther Lucea

Del 17 al 19 de novembre, l’Universitat de Bordèu aculhiguèt un collòqui dedicat a las lengas minorizadas. Demest las comunicacions presentadas, Dolors Català e Esther Lucea, presidenta del CAÒC, prepausèron una intervencion entitolada: “Un Club de Lectura occitan en Catalonha: un espaci per far viure la lenga”.

Dins lor presentacion, situèron d’en primièr lo contèxt actual de l’occitan en Catalonha, abans d’analisar lo ròtle essencial dels clubs de lectura dins la vitalitat de las lengas minorizadas. Segon elas, aqueles clubs son de vertadièrs espacis de sociabilitat ont la lenga se viu pas solament coma objècte d’estudi, mas coma instrument de comunicacion autentica.

Dins un encastre informal e convivial, los participants pòdon legir, discutir e crear de ligams personals en lenga, çò que permet de passar de l’aprendissatge teoric a l’usatge real. Aquela practica refortís a l’encòp la competéncia e l’identitat lingüistica, e fa descobrir una literatura sovent invisibilizada, mas d’una granda riquesa culturala.

Las doas representantas expliquèron tanben la naissença e l’evolucion del projècte: en tres ans de vida, lo club a organizat vint sesilhas, ont s’es legit un vintenat d’òbras escrichas en cinc variantas màgers de l’occitan (lengadocian, gascon, gascon aranés, provençal e lemosin). Tre lo començament del projècte, i a participat lo grand expèrt en literatura occitana, Jaume Figueras, qu’ajuda a causir las lecturas e balha lo contengut literari a las sesilhas. Amb lo temps, lo club es vengut mai qu’un simple espaci cultural: es un motor de transmission lingüistica, un agent de dinamizacion sociolingüistica e una plan bona aisina per far conéisser la literatura occitana.

Segon lor analisi, lo club atenh de publics fòrça divèrses: d’estudiants, de catalans que son a aprene l’occitan, e tanben d’occitans que vòlon retrobar o partejar las lecturas dins lor lenga. Aital, fòrça participants an restablit lo plaser de legir e lo plaser de parlar en occitan, dos elements indispensables per desliurar la lenga d’una percepcion estrictament escolara.

Aquelas sesilhas del Club de Lectura se son completadas de comptes renduts, de vidèos e d’un acompanhament lingüistic que permeton als participants de melhorar lor occitan e de comprene mai finament la diversitat de las variantas. Legir aquelas òbras —de còps aisidas, de còps mai escarpadas— es totjorn estat una font d’aprendissatge collectiu.

Per la còla del Club de Lectura del CAOC, aquela curiositat renovelada e aquel progrès partejat representan la vertadièra reüssida del club. En conclusion, soslinhan una idèa centrala: per far viure una lenga minorizada, sufís pas de corses o de teoria; cal d’espacis de plaser, de vida e de creativitat.

Un club de lectura es exactament aquò: un luòc ont la lenga respira, circula e s’afortís.


[Sorsa: www.jornalet.com]

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Pier Paolo Pasolini (1922-1975): en el cincuentenario de su asesinato

Con conmovida unanimidad de acentos, de derecha a izquierda, la prensa italiana llora a Pier Paolo Pasolini, el intelectual más incómodo que hemos tenido en estos años.


Escrito por Rossana Rossanda y Olivia Laing (*)

Convertido, es más, en incomodísimo. A nadie le gustaba lo que en los últimos tiempos andaba escribiendo. No a nosotros, la izquierda, porque luchaba contra 1968, las feministas, el aborto y la desobediencia. No le gustaba a la derecha porque estas salidas suyas se acompañaban de una argumentación desconcertante, para la derecha inutilizable, sospechosa.

No gustaba sobre todo a los intelectuales, porque eran lo contrario de lo que suelen ser, cautelosos destiladores de palabras y posiciones, pacíficos usuarios de la separación entre «literatura» y «vida», incluso aquellos a quienes 1968 había dado mala conciencia. Solo de entre ellos, [Edoardo] Sanguineti [poeta vanguardista del Gruppo 63] tuvo ayer el valor de escribir: «Por fin nos hemos librado de este atolondrado, residuo de los años cincuenta». Es decir, los años de la laceración, apocalípticos, trágicos. Finalmente, para el intelectual de izquierda, superados.

Esta casi total unanimidad es sin duda el segundo automóvil pesado que pasa por encima del cuerpo de Pasolini. Al igual que con el primero, quien tiene la conciencia tranquila puede decir: «Se lo ha buscado». Para quien no tiene estas certezas, es, en cambio, el último signo de contradicción de esta criatura contradictoria: una contradicción verdadera, que no puede recomponerse con ningún artificio dialéctico.

Porque si una cosa es cierta es que este repentino reconocerse todos en sus razones, ahora que ha muerto y de esta manera, es realmente la última burla que le devuelve nuestro mundo no amado. De hecho, no es el tradicional homenaje al difunto ilustre, ni la acostumbrada absolución para el difunto detestado en vida. Si todos escriben en el mismo registro (L'Unità [diario del PCI], en un emotivo artículo, esboza incluso una autocrítica, mientras que el Partido Radical lo inscribe post mortem), es porque cada uno, a partir de las razones de Pasolini, piensa hoy poder sacar provecho de ello.

¿No decía que los jóvenes son ahora como la espuma que deja la marejada que ha destruido los viejos valores? ¿Que una colectividad debe dotarse de un orden, un sistema de convivencia, un modelo? En esto todos están de acuerdo, salvo que cada uno da a este orden y a esta denuncia el signo que más le conviene.

Pasolini, el intelectual más outsider de nuestra sociedad cultural, proporciona con su indecorosa muerte la férrea prueba de que así no se puede seguir adelante. Tan cómoda, que todo lo demás se perdona. Creo que, ante este fervor y sus corolarios, Pasolini habría -si es lícito imaginar este gesto en un hombre tan humildemente amable- escupido encima. Que, si hubiera salido vivo, hoy estaría del lado del joven de diecisiete años que lo mató a golpes. Maldiciéndolo, pero con él. Y así hasta otra inevitable, quizás prevista y temida, ocasión de muerte.

Pero con él, porque era el mundo, estas criaturas de su vida más verdadera («yo los conozco a estos jóvenes, de verdad, son parte de mí, de mi vida directa, privada») en las que buscaba, obstinadamente, una luz. En ellos, no en el mundo del orden, que no son solo las comisarías de policía. Aquí volvía, porque en su visión del mundo no había otros caminos. Su denuncia del «desarrollo», de los valores del consumismo, del beneficio, del achatamiento que estos provocaban en una sociedad preindustrial en la que aún podían prevalecer las relaciones personales, no alienadas, no aceptadas pasivamente, era -como es por lo general en esta corriente, que cuenta con exponentes ilustres, católicos y laicos- tan unidimensional como la sociedad que criticaba; se vivía como el fin de la historia, como una barbarización ante la que solo cabía retroceder.

Retroceder hasta que un rechazo opuesto a este tipo de «desarrollo» -¿y quién puede oponerse a él si no es el marginal o un tercer mundo que aún no ha llegado a este umbral?- ofreciera un salvavidas. En otros lugares, no veía salvación: por eso Pasolini volvía, obstinadamente, al barrio y, cuanto más se le escapaba, más volvía a él, atormentadamente. Tanto más cuanto que, en todos los sentidos, debía presentársele como una frustración, una contradicción.

¿Buscaba una relación auténtica y no tejía, en cambio, una relación mercantilizada? ¿Buscaba una relación libre y no repetía él mismo -el intelectual rico que llega con su Alfa [Romeo] y paga al chico que tiene delante, socialmente y personalmente mucho más frágil- una relación entre opresor y oprimido? Ni la humillación que debía recibir a cambio (cuántas pruebas, menos trágicamente concluidas, de esta muerte suya debió de haber vivido; la irrisión del compañero ocasional, el rechazo, la resistencia de quien se deja usar, pero se siente usado y, por lo tanto, se rebela) podía absolverlo del hecho de que él mismo entraba en este mecanismo alienante. En el que el interlocutor se volvía cada vez más esquivo, más «objeto».

Distinto de un tiempo cuando el chico iba con él, pero manteniendo su propia figura, su dimensión no integrada, no sometible, como el Tommaso de Una vita violenta. Hoy ya no era así: el chico que lo mató tiene poco en común con el chico de barrio de antaño. Debería ser puesto en libertad mañana, de acuerdo con los valores que rigen esta sociedad (además de una humanidad elemental), porque no hay que dudar del testimonio de su barrio, y por tanto de que no tenía muchas ganas de trabajar -¿y quién las tiene?-, pero estaba dispuesto y a punto de reincorporarse al orden familiar, solo violado de forma provisional y venal.

Nada en esta historia es realmente lo que parece. No es el rico vicioso que busca amores ocultos entre los marginados, ya que nadie como Pasolini vivía más sencillamente su inclinación homosexual y podría haberla satisfecho, en una sociedad ya más permisiva, sin riesgo alguno. Tampoco el joven vicioso, que no existe: ni como vicioso, ni como delincuente, ni siquiera como desviado voluntario, rebelde a la norma. Muerte accidental en la persecución de un fantasma, se podría decir. Con satisfacción para la mayoría, con amargura para quienes estimaban y respetaban a Pasolini. Y ahora, funerales, con la asunción en la gloria por parte de quienes primero construyeron y luego exorcizaron ese fantasma.

Si Pasolini es hoy tan alabado, si probablemente muchos se reconocen de buena fe en una mitad del discurso que él hacía, es porque la otra mitad, para él esencial, aquella en la que depositaba su esperanza, no tenía fundamento. Cuántas discusiones, las pocas veces que lo veía, y siempre las mismas; las mismas que repetía, puntualmente, con Moravia. Es cierto que el capital nos ha deshumanizado. Es cierto. Es cierto que la conformidad con su modelo es monstruosa. Es cierto que es tan poderoso que se refleja incluso en quienes lo niegan: en 1968, cuando escribió el famoso poema sobre los enfrentamientos de Valle Giulia, Pasolini veía en el estudiante el producto de una clase social que puede incluso «probar» la revolución, algo que al policía, hijo de un jornalero del sur, no se le permite; y captaba una parte de la verdad.

Es cierto que hoy, y no ayer, se puede hablar de aborto, y no solo porque haya madurado el movimiento feminista, sino porque la sociedad masculina piensa en «economizarse». Es cierto que la escuela obligatoria y la televisión son organismos de consenso. Es cierto que el fascista no es tan diferente del demócrata, en sus modelos culturales, como lo era en 1922.

Todo es cierto, y todo es parcial: porque cada vez que Pasolini tocaba con la mano estas incómodas verdades, la ambigüedad del presente, daba un salto atrás, hacia la humanidad no ambigua de «antes», en lugar de captar en el estudiante, en el feminismo, en la escolarización, en la propia conformidad, el principio de una salida hacia adelante seguramente espuria, pero vital. La idea de que este itinerario debía completarse hasta el final, y a partir de ahí recuperar el hilo de un mundo devuelto a la humanidad, estaba cada vez más lejos de él.

Podría haber sido un escéptico, se convirtió, en sentido clásico, en un «reaccionario». Y esto se aprovecha hoy, este es el segundo automóvil que pasa por encima de su cuerpo. Puesto que, del valor disruptivo y violento de esta «reacción» suya nada queda en la elegía de las primeras, segundas y terceras páginas que se le dedican. Tendrá un funeral burgués y, dentro de algún tiempo, el ayuntamiento de Roma le dedicará una calle.

Lo matarán mejor sus verdaderos enemigos que el chico de la otra noche. En él, antes de morir, solo debió de ver el callejón sin salida en el que se había metido, la magnitud de su error. Y pensar que buscaba al ángel de la pasión según Mateo.

¿Qué sabía Pasolini? Cincuenta años después de su brutal asesinato, su visión del fascismo es más apremiante que nunca.

Olivia Laing

Pier Paolo Pasolini fue asesinado alrededor de la medianoche del 2 de noviembre de 1975. Su cuerpo ensangrentado se encontró a la mañana siguiente en un terreno baldío de Ostia, a las afueras de Roma, tan maltrecho que su famoso rostro era casi irreconocible. El principal intelectual, artista, provocador, conciencia nacional y homosexual de Italia murió a los 53 años, con su última y escandalosa película todavía en la sala de montaje. «Assassinato Pasolini», anunciaban los periódicos a la mañana siguiente, junto a las fotografías del joven de 17 años acusado de su asesinato. Todo el mundo conocía su gusto por los prostitutos de clase trabajadora. Un encuentro sexual que salió mal fue el veredicto instantáneo.

Algunas muertes son tan sugerentes que se convierten en emblemáticas de un tema, la lente engañosa a través de la cual se lee para siempre toda una vida. En este modo de interpretación extrañamente totalitario, Virginia Woolf siempre camina hacia el Ouse, el río en el que se ahogó. Del mismo modo, toda la obra de Pasolini está teñida por el aparente hecho de que fue asesinado por un chapero, el acto culminante de una vida implacablemente arriesgada.

Pero, ¿y si esa fuera la intención, la maliciosa astucia con la que se diseñó su asesinato? ¿Y si, en lugar del martirio instantáneo de una bala en la cabeza, Pasolini fuera asesinado de tal manera que pareciera que había buscado su propia destrucción, un castigo merecido, al menos a los ojos de los conservadores, por las manifiestas perversiones que abundaban tanto en su arte como en su vida?

Es más: ¿y si este asesinato, tanto de verdad como de su reputación, se diseñó para ahogar -contaminar, confundir- las advertencias que había estado lanzando con creciente ferocidad en los últimos años de su corta vida? «Lo sé» era el estribillo central de un famoso ensayo publicado un año antes de su muerte en Il Corriere della Sera, el principal periódico italiano. Lo que Pasolini sabía, y sobre lo que se negaba a guardar silencio, era la naturaleza del poder y la corrupción durante la brutal década de 1970 en Italia, los llamados «años de plomo», llamados así por la epidemia de asesinatos y atentados terroristas perpetrados tanto por la extrema izquierda como por la extrema derecha. En resumen, lo que sabía era que el fascismo no había terminado y que la derecha llevaría a cabo su metástasis, regresando con una nueva forma para reclamar el poder sobre una población aturdida por los halagos vulgares del capitalismo. ¿Se equivocó Pasolini en sus predicciones? Creo que todos sabemos la respuesta a esa pregunta.

Pasolini nació en Bolonia en 1922, el año en el que Mussolini se convirtió en dictador, en el seno de una familia militar. Pasó una etapa formativa en la ciudad natal de su madre, Casarsa, en la remota región rural de Friuli, después de que su padre quedara arrestado por deudas de juego. La brecha entre sus padres se agravó con el estallido de la Segunda Guerra Mundial. Susanna era maestra y amante de la literatura y el arte, mientras que Carlo Alberto era oficial del ejército y fascista declarado, y pasaría la mayor parte de la guerra en Kenia, en un campo inglés de prisioneros de guerra.

Pasolini estudió literatura en la Universidad de Bolonia, pero cuando los bombardeos hicieron que la ciudad fuera demasiado peligrosa, se retiró con su madre y su hermano menor, Guido, a Friuli. Estaba obsesionado con la belleza de la región y su dialecto puro y arcaico, su lengua materna, hablada por los campesinos y casi desconocida en la literatura. En 1942 publicó su primer volumen de poemas, Poesie a Casarsa, escrito en dialecto. Pero durante los caóticos años de lucha que siguieron al armisticio italiano, ni siquiera Friuli era un lugar seguro. Guido se unió a la resistencia y fue ejecutado en las colinas por un grupo rival de partisanos, una tragedia que unió aún más a Susanna y a su adorado hijo superviviente.

Parte del encanto de Friuli era erótico. Fue aquí donde Pasolini descubrió su sexualidad, su atracción magnética por los campesinos y los chicos de la calle, lo cual pronto lo llevó a entrar en conflicto con las autoridades. A finales de la década de 1940 fue acusado de corrupción de menores por un supuesto acto sexual con tres adolescentes. Aunque más tarde quedara absuelto, el escándalo lo llevó a él y a Susanna a mudarse de nuevo, esta vez a Roma.

Se adentraron directamente en la bulliciosa ciudad de Ladrón de bicicletas: una Roma en ruinas, con barrios marginales poblados por un nuevo proletariado urbano que huía de las privaciones del sur rural. Pasolini encontró trabajo como profesor y se sumergió en otro lenguaje secreto, el romanaccio [romanesco], el dialecto callejero que hablaban los jóvenes rebeldes con los que entabló amistad. Ragazzi di vita, los llamó en la novela de 1955 que le dio fama: chicos de la vida. Estafadores y ladronzuelos con la cara marcada por la viruela, de caderas estrechas y amorales, a menudo homófobos, casi siempre heterosexuales. Fueron estos chicos los que situó en el centro de sus libros, sus películas, sus poemas y su vida.

Se puede vislumbrar a Pasolini en fotografías de esta época, una figura delgada y esbelta con piernas arqueadas, un impermeable sobre su elegante traje, cabello oscuro peinado hacia atrás y un rostro intenso y de pómulos marcados. Un observador, un artista motivado, un apasionado jugador de fútbol. Encontró su camino hacia Cinecittà, el famoso estudio cinematográfico romano, como guionista. Ayudó a Fellini con Las noches de Cabiria y luego se lanzó por su cuenta, escribiendo y dirigiendo Accattone, un relato neorrealista de 1961 sobre un proxeneta -interpretado por un chico de la calle de la vida real, Franco Citti- y su vida arruinada en un barrio marginal romano.

Artistas menos dotados podrían haber explotado ese filón durante años, pero Pasolini pronto reveló la excepcional profundidad y singularidad de su talento. Realizó películas explícitamente políticas, como Porcile y Teorema, animado por su odio hacia la burguesía complaciente. Contó la vida de Cristo en El evangelio según San Mateo y también abordó historias clásicas, creando adaptaciones crudas y viscerales de Edipo rey y Medea, protagonizadas por Maria Callas, así como Los cuentos de Canterbury, de Chaucer, El Decamerón, de Boccaccio, y Las mil y una noches en la Trilogía de la vida.

No hay nada en todo el cine parecido a estas películas, que son obscenas y poéticas, visualmente sublimes y muy centradas en el ámbito de las ideas. Muchas de ellas están protagonizadas por el gran amor y compañero sentimental de Pasolini, Ninetto Davoli, un ingenuo desgarbado de Calabria con una sonrisa contagiosa. La tendencia de Pasolini a utilizar actores aficionados confiere a sus películas un realismo extraño e inestable, como si un cuadro renacentista hubiera cobrado vida.

A los 50 años, era mundialmente famoso, una figura controvertida, constantemente atacada. Fue candidato al premio Nobel de Literatura, pero también fue objeto de 33 juicios por cargos falsos o inventados, entre ellos obscenidad pública, desprecio a la religión y, lo más extraño de todo, intento de robo; su arma era una pistola negra cargada con una bala de oro. Pasolini ni siquiera tenía un arma.

Su arte nunca fue doctrinario, pero siempre fue político. Se había afiliado al Partido Comunista en su juventud, pero fue expulsado rápidamente por su homosexualidad manifiesta. Era criticado tanto por la izquierda como por la derecha, pero, aunque era para todos como una espina clavada, siguió aliado al comunismo y a la izquierda radical. En la década de 1970, se volvió excepcionalmente ruidoso en cuestiones políticas, utilizando los ensayos de Il Corriere para discutir la industrialización, la corrupción, la violencia, el sexo y el futuro de Italia.

En el más famoso, publicado en noviembre de 1974 y conocido en Italia como Io so, o «Yo sé», afirmaba conocer los nombres de los implicados en «una serie de golpes de Estado instituidos para la preservación del poder», incluidos los fatales atentados de Milán y Brescia. Durante estos años de plomo, la extrema derecha desplegó la llamada «estrategia de la tensión» para difamar a la izquierda y llevar al país hacia un régimen más autoritario. Pasolini creía que entre los responsables se encontraban figuras del Gobierno, los servicios secretos y la Iglesia. Se refirió a una novela que estaba escribiendo, Petrolio, en la que pretendía sacar a la luz estas corrupciones. «Creo que es poco probable que mi «novela en curso» sea errónea, es decir, que esté desconectada de la realidad, y que sus referencias a personas y hechos reales sean inexactas», añadió.

La última película es la más sombría. Ninguna película de terror de todos estos años se ha acercado a Salò (1975), ninguna película de tortura pornográfica se acerca a su gélida perfección formal o a su angustiosa intención moral. Versión de Los 120 días de Sodoma de De Sade trasladada al campo italiano en los últimos días de la Segunda Guerra Mundial, es una aterradora máscara sobre el fascismo y la sumisión, un relato de las dos caras de la moneda totalitaria. Al igual que la propia obra de De Sade, trata sobre el poder, no sobre el placer: quién lo posee y a quién destruye. Es una obra maestra apocalíptica que sigue siendo insoportable de ver; «fuera de lo común, proscrita», como observó el escritor y crítico Gary Indiana en un ensayo cinematográfico en el que alababa su capacidad, aun radiactiva, para herir al espectador.

He ambientado mi nueva novela, The Silver Book, en torno al rodaje de Salò. Quería imaginar a Pasolini trabajando, con un jersey ajustado de Missoni y gafas oscuras, corriendo de una escena a otra con la cámara Arriflex ligeramente apoyada en el hombro, supervisando la construcción de excrementos a partir de galletas trituradas y chocolate para la infame escena en la que se come mierda. No intimidaba a sus colaboradores, como hacía Fellini. Era querido y admirado, pero también alguien solitario, aislado. El cruising compulsivo, noche tras noche: en un poema titulado Soledad se preguntaba si no era simplemente una forma de estar solo.

Ninetto se había casado dos años antes y la pérdida lo había sumido en una desesperación total, un estado de ánimo que se filtró irremediablemente en la película. Había repudiado públicamente su alegre y erótica Trilogía de la vida. Ahora el sexo equivalía a muerte y dolor. En cuanto a la utopía, no quedaba ninguna posibilidad. Y, sin embargo, cuando un entrevistador le preguntó a quién iba dirigida Salò, respondió con toda seriedad: a todo el mundo. Seguía creyendo que el arte podía contrarrestar el hechizo, que podía conmocionar a la población y despertarla. No había perdido la esperanza.

Una de las teorías sobre la muerte de Pasolini es que le atrajeron a Ostia para recuperar algunas bobinas de Salò que le habían robado unos meses antes. Retomé esta historia en mi novela, pero decidí no describir directamente el asesinato de Pasolini, en el que sufrió golpes, le destrozaron la ingle, le cortaron casi toda la oreja y luego lo atropellaron con su propio Alfa Romeo plateado, lo que provocó que reventara el corazón. El chico que cumplió una condena de diez años por su asesinato tenía unas pequeñas manchas de sangre, pero ninguna herida, a pesar de que, al parecer, había golpeado a un hombre hasta matarlo. Otra frase de Io so sugiere lo que probablemente ocurrió: «Conozco los nombres de las personas sombrías e importantes que se esconden detrás de los trágicos jóvenes que eligieron las atrocidades fascistas suicidas o los delincuentes comunes, sicilianos y de otros lugares, que ofrecieron sus servicios como asesinos y sicarios».

Pasolini vio lo que se avecinaba. Como los artistas más excepcionales, tenía el don de la clarividencia, lo que es otra forma de decir que prestaba atención, que observaba y escuchaba y sabía interpretar las señales. En su última tarde, fue entrevistado por casualidad para La Stampa. Pocos días después de su muerte, sus últimas palabras grabadas se publicaron en un número agotado, una profecía desde el más allá.

Hablaba del modo en que la vida cotidiana estaba quedando distorsionada por el deseo de poseer, porque a todo el mundo se le enseñaba que «querer algo es una virtud». Dijo que esto afectaba a todos los aspectos de la sociedad, aunque los pobres pudieran usar una palanqueta para conseguir sus botines, mientras que los ricos dependían de la Bolsa. Afirmaba, refiriéndose a sus excursiones nocturnas al mundo sombrío de Roma, que descendía al infierno y traía de vuelta la verdad.

¿Cuál es la verdad?, le preguntó el periodista. La evidencia, dijo Pasolini, de «una educación compartida, obligatoria y errónea que nos empuja a poseerlo todo a cualquier precio». Describió a todos como víctimas de esto, pensando sin duda en Salò, donde víctimas y verdugos están encerrados juntos en una danza terrible. Y describió a todos como culpables, por su disposición a ignorar los costes en favor de su propio y lucrativo beneficio privado. No se trataba de culpabilidad individual o de buenos y malos actores, añadió. Era un sistema totalizante, aunque, a diferencia de Salò, había una forma de escapar, de romper el siniestro y seductor hechizo.

Como siempre, su lenguaje era más el de un poeta que el de un político: denso en metáforas, inquietante en sus advertencias. «Bajo al infierno y descubro cosas que no perturban la paz de los demás», dijo. «Pero tened cuidado. El infierno se va extendiendo hacia el resto de vosotros». Justo al final de la conversación, parece como si se sintiera frustrado por los continuos intentos del entrevistador de que aclare su postura. «Todo el mundo sabe que pago por mis propias experiencias en persona», dice. «Pero también están mis libros y mis películas. Quizás me equivoque, pero sigo diciendo que estamos todos en peligro».

El periodista le pregunta cómo cree que él, Pasolini, puede evitar este peligro. Está obscureciendo y ya no hay luz en la habitación donde están hablando. Pasolini dice que pensará en la pregunta durante la noche y que responderá por la mañana. Pero por la mañana está muerto.

Creo que Pasolini tenía razón, y estoy segura de que las advertencias que no dejaba de pronunciar fueron la causa de su muerte. Vio el futuro en el que hoy nos encontramos mucho antes que nadie. Vio que el capitalismo se corroería hasta convertirse en fascismo, o que el fascismo se infiltraría y se apoderaría del capitalismo, que lo que parecía benigno y beneficioso corrompería y destruiría las antiguas formas de vida. Sabía que la sumisión y la complicidad eran letales. Advirtió sobre los costes ecológicos de la industrialización. Previó cómo la televisión transformaría la política, aunque murió antes de que Silvio Berlusconi llegara al poder. No creo que el ascenso de Trump, un político formado al estilo de Berlusconi, le hubiera sorprendido mucho.

No era perfecto. Estaba infectado de la nostalgia de una Italia rural y campesina, cuyo coste ignoraba deliberadamente. Estaba en contra del aborto y la educación masiva; se puso del lado de la policía francesa contra los estudiantes en 1968. Su poesía puede ser autoindulgente, sus pinturas son malas. Pagaba por tener sexo con chicos de alquiler que seguían teniendo la misma edad mientras él envejecía y, por otro lado, los tomaba en serio, los escuchaba, les buscaba trabajo y les proporcionaba una fuente constante de apoyo. Era un visionario y un artista de convicciones morales inquebrantables. No se callaba.

El momento de su muerte hace que parezca que Salò fuera su última y desoladora declaración, pero incluso en su última noche, durante la cena, hablaba de su próxima película. Tenía más trabajo por delante, inimaginable en su forma, sin precedentes en su formato. Se tomó un filete y salió a ligar. Tenía hambre, ya ves. Estaba del lado de la vida, siempre.

 

(*) Rossana Rossanda (1924-2020), veterana resistente antifascista, comunista e internacionalista, fue cofundadora del diario il manifesto y miembro del Consejo Editorial de Sin Permiso.

(*) Olivia Laing novelista y crítica inglesa, es colaboradora de The Observer y The Guardian. En castellano se han publicado varios ensayos suyos, como "Por el río: Un recorrido más allá de la superficie" (Paidós, 2025), "El jardín contra el tiempo: En busca de un paraíso común" (Capitán Swing, 2024), "La ciudad solitaria: Aventuras en el arte de estar solo" (Capitán Swing, 2020), "El viaje a Echo Park: por qué beben los escritores" (Ático de los libros, 2016) o "Todos los cuerpos: un libro sobre la libertad" (Paidós, 2022), así como la novela "Crudo" (Alpha Decay, 2016).

Traducción: Lucas Antón


[Fuente: il manifesto y The Guardian - reproducido en www.suplementobitacora.net]