quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Brasil emitiu 1.511 vistos de trabalho permanente para estrangeiros. 100 são portugueses

Por Graciano Coutinho 

O Brasil passou a ser visto como um lugar interessante para se trabalhar. Mesmo com as reclamações sobre a burocracia brasileira, 1.511 profissionais estrangeiros pediram visto permanente para morar no País em 2013. O consultor Carlos Colares, que analisa o assunto, lembra que os números já foram melhores: até o final da década de 90, havia uma procura mais intensa, com uma recuperação crescente do volume de solicitações desde 2010.

Os números do Ceará são pequenos. O Estado recebeu este ano 140 pedidos de autorização de visto de trabalho permanente. A quantidade de estrangeiros, entretanto, é bem maior do que o registrado no primeiro semestre. Na visão do consultor, isso ocorre porque muitos vistos são retirados em São Paulo.

É notória a globalização do mercado de trabalho. Atualmente, é comum esse fluxo de profissionais vindos de várias partes do mundo. As mudanças podem representar um momento positivo, quando se precisa tanto melhorar a infraestrutura e gerar novas tecnologias, mas é preciso aproveitar bem o conhecimento e a experiência de quem está chegando.

O jornalista norte-americano Thomas Friedman e o professor de políticas externas Michel Mandelbaum, no livro “Éramos nós – a crise americana e como resolvê-la”, mostram como a economia norte-americana se perdeu quando ela começou a fechar as suas portas para alguns fluxos migratórios. Também ressaltam como houve um crescimento significativo quando professores de várias partes do mundo foram contratados pelas faculdades norte-americanas.

No caso do Brasil, esse novo momento migratório pode representar a oportunidade de se conseguir ultrapassar as barreiras de infraestrutura e da falta de qualificação depois de duas décadas perdidas (1980 e 1990) e de uma década (a passada) em que se tenta tirar o atraso.

LEGISLAÇÃO RIGOROSA

A lei brasileira é rigorosa nesse aspecto. Para cada trabalhador estrangeiro, devem ser contratados dois brasileiros. A questão é que o mercado no Brasil, mesmo em época de pleno emprego, não é tão simples; é alto o desemprego entre os jovens (em Fortaleza, esse índice é de 20,3%). Além disso, muitas das demandas que estão sendo criadas, principalmente no Nordeste, requerem profissionais que não possuem a qualificação exigida.

Em suma: existe o risco de o trabalhador brasileiro ficar com um subemprego ou com postos de trabalho menos qualificados e menor remuneração. Talvez esse seja o preço a ser pago pela falta de investimentos em educação. (Nelia Fontenele)        
                                                             
Sete mil estrangeiros se naturalizaram nos últimos cinco anos


No ano passado, 1.192 estrangeiros residentes no Brasil receberam a nacionalidade brasileira. Até junho deste ano, dos 859 pedidos de naturalização recebidos pelo Ministério da Justiça, 701 foram concedidos. O número vem aumentando nos últimos anos. 

De acordo com o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, o Brasil é receptivo com os estrangeiros. Nos últimos anos, houve uma elevação de 50% no número de estrangeiros no país. “Estamos revendo a legislação para que direitos possam ser garantidos de forma mais ágil e efetiva”, informou.


O estrangeiro que tenha interesse em se tornar um cidadão brasileiro, desde que preencha os requisitos, deve se dirigir ao Departamento de Polícia Federal mais próximo ao local de residência. É exigida uma série de documentos e o interessado deve sabe ler e escrever a língua portuguesa.

A partir de julho deste ano, os certificados de aquisição da nacionalidade brasileira e de igualdade de direitos civis e políticos aos imigrantes de origem portuguesa são assinados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O certificado é produzido em papel moeda e segue especificações de segurança da Casa da Moeda.

Estatuto da Igualdade – Para Portugueses


Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil, se beneficiam do Estatuto da Igualdade, que garante os mesmos direitos e deveres dos nacionais desses países, graças ao Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre Brasil e Portugal, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000.
 



Os benefícios do Estatuto da Igualdade não são automáticos, só são atribuídos aos brasileiros e portugueses que o solicitem, sejam civilmente capazes e tenham residência permanente no país, por decisão do Ministério da Justiça, no Brasil, e do Ministério da Administração Interna, em Portugal.
 
Dos 341 pedidos de igualdade de direitos recebidos pelo Ministério da Justiça até junho deste ano, 239 foram concedidos.



[Fonte: blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte]

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