sábado, 30 de março de 2013

Colóquio "lusofonia, francofonia: mesmo desafio?"


O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, presidiu à sessão de abertura do colóquio "Lusofonia, francofonia: mesmo desafio?", que decorreu dia 14 de março na Fundação Calouste Gulbenkian.

Organizado pelo Instituto Francês de Portugal, para celebrar os 60 anos do Lycée français Charles Lepierre, e integrado na semana da francofonia, o colóquio, a decorrer até amanhã, com entrada livre, conta com a participação de um leque variado e representativo de escritores, filósofos, e investigadores.

Entre os convidados presentes, especial destaque para o pensador Eduardo Lourenço, distinguido em 2000 pelo governo francês com o título de Chevalier de L"Ordre des Arts et des Lettres. Considerado um dos maiores vultos da nossa cultura, é seu o pensamento "Uma língua não é de ninguém, mas nós não somos ninguém sem uma língua que fazemos nossa. É neste sentido, e unicamente neste sentido - longe das identificações narcisistas dos nacionalismos culturais -, que uma língua é, como pensava Pessoa, a nossa verdadeira pátria".



Artur Santos Silva, presidente da Fundação Gulbenkian, José de Almeida Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e Pascal Teixeira da Silva, Embaixador de França em Portugal, pautaram as suas intervenções, antes do debate inicial,  pela referencia à importância do fortalecimento das relações entre os dois países, num mundo cada vez mais "sem fronteiras", em que se colocam desafios idênticos à francofonia e à lusofonia.

No painel inicial, os conferencistas Ana Paula Laborinho, presidente do Instituto Camões, Sylviane Tarsot-Gillery, diretora geral adjunta do Instituto Francês em Paris, Pascal Cherki, deputado e presidente da Câmara da XIV freguesia de Paris, Hermano Sanches Ruivo, conselheiro de Paris e presidente da Activa (grupo de amizade França-Portugal das cidades e coletividades territoriais), abordaram a temática "O português e o francês, línguas de comunicação mundiais : desafios e estratégias para o novo milénio".

"A língua portuguesa é a terceira mais usada no Facebook", disse Ana Paula Laborinho, lembrando os movimentos ascendentes e descendentes da  nossa língua, hoje falada por 250 milhões de pessoas. Defensora da "internacionalização da língua portuguesa", salientou ainda a importância da comunicação cientifica em língua portuguesa, "a mais falada no hemisfério sul", para o seu fortalecimento.

António Costa, elogiou o contributo do Liceu Charles Lepierre no seu "trabalho de aproximação entre os dois países", num tempo sem fronteiras, realçando o papel da língua como "uma questão central num século de globalização", um "fator de identidade que nos coloca num circulo mais amplo", considerou ainda.

Salientando a importância das relações culturais entre os dois países, António Costa afirmou que "faz sentido a reflexão em conjunto, a troca de experiencia e valores".

O Lycée français Charles Lepierre deve o seu nome ao químico francês Charles Lepierre (1867-1945), aluno de Pierre Curie, que se estabeleceu em Lisboa em 1888. Em 1911, foi convidado a integrar o novo Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde trabalhou durante 26 anos como professor. 

[Fonte: www.cm-lisboa.pt]


1 comentário:

  1. Roberto Moreno, esteve presente, na plateia, neste Colóquio para ouvir o que já vem propondo desde 1992 ao Instituto Camões em Lisboa. A internacionalização do português e do espanhol - a partir do espaço Latino, com destaque à Luso-francofonia.

    ResponderEliminar