O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, presidiu à
sessão de abertura do colóquio "Lusofonia, francofonia: mesmo
desafio?", que decorreu dia 14 de março na Fundação Calouste Gulbenkian.
Organizado pelo Instituto Francês de Portugal, para
celebrar os 60 anos do Lycée français Charles Lepierre, e integrado na
semana da francofonia, o colóquio, a decorrer até amanhã, com entrada
livre, conta com a participação de um leque variado e representativo de
escritores, filósofos, e investigadores.
Entre os convidados presentes, especial destaque
para o pensador Eduardo Lourenço, distinguido em 2000 pelo governo
francês com o título de Chevalier de L"Ordre des Arts et des Lettres.
Considerado um dos maiores vultos da nossa cultura, é seu o pensamento
"Uma língua não é de ninguém, mas nós não somos ninguém sem uma língua
que fazemos nossa. É neste sentido, e unicamente neste sentido - longe
das identificações narcisistas dos nacionalismos culturais -, que uma
língua é, como pensava Pessoa, a nossa verdadeira pátria".
Artur Santos Silva, presidente da Fundação
Gulbenkian, José de Almeida Cesário, Secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, e Pascal Teixeira da Silva, Embaixador de
França em Portugal, pautaram as suas intervenções, antes do debate
inicial, pela referencia à importância do fortalecimento das relações
entre os dois países, num mundo cada vez mais "sem fronteiras", em que
se colocam desafios idênticos à francofonia e à lusofonia.
No painel inicial, os conferencistas Ana Paula
Laborinho, presidente do Instituto Camões, Sylviane Tarsot-Gillery,
diretora geral adjunta do Instituto Francês em Paris, Pascal Cherki,
deputado e presidente da Câmara da XIV freguesia de Paris, Hermano
Sanches Ruivo, conselheiro de Paris e presidente da Activa (grupo de
amizade França-Portugal das cidades e coletividades territoriais),
abordaram a temática "O português e o francês, línguas de comunicação
mundiais : desafios e estratégias para o novo milénio".
"A língua portuguesa é a terceira mais usada no
Facebook", disse Ana Paula Laborinho, lembrando os movimentos
ascendentes e descendentes da nossa língua, hoje falada por 250 milhões
de pessoas. Defensora da "internacionalização da língua portuguesa",
salientou ainda a importância da comunicação cientifica em língua
portuguesa, "a mais falada no hemisfério sul", para o seu
fortalecimento.
António Costa, elogiou o contributo do Liceu
Charles Lepierre no seu "trabalho de aproximação entre os dois países",
num tempo sem fronteiras, realçando o papel da língua como "uma questão
central num século de globalização", um "fator de identidade que nos
coloca num circulo mais amplo", considerou ainda.
Salientando a importância das relações culturais
entre os dois países, António Costa afirmou que "faz sentido a reflexão
em conjunto, a troca de experiencia e valores".
O Lycée français Charles Lepierre deve o seu
nome ao químico francês Charles Lepierre (1867-1945), aluno de Pierre
Curie, que se estabeleceu em Lisboa em 1888. Em 1911, foi convidado a
integrar o novo Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde trabalhou
durante 26 anos como professor.
[Fonte: www.cm-lisboa.pt]
[Fonte: www.cm-lisboa.pt]
Roberto Moreno, esteve presente, na plateia, neste Colóquio para ouvir o que já vem propondo desde 1992 ao Instituto Camões em Lisboa. A internacionalização do português e do espanhol - a partir do espaço Latino, com destaque à Luso-francofonia.
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