Por Rafael Tonon
Especial para o Estado
Em entrevista ao Paladar, William Drew, editor da revista britânica Restaurant,
revista inglesa que organiza a premiação 50 Best World’s Restaurants,
afirmou que não só pelo bom momento econômico, mas também pela riqueza
de sabores, a América Latina merece o destaque que vem alcançando na
cena gastronômica internacional. Segundo Drew, a decisão de criar uma
edição do prêmio dedicada à região indica que este movimento de
reconhecimento, valorização e descoberta da gastronomia latino-americana
não é passageiro.
A cerimônia de premiação acontece na noite desta quarta-feira, 4, em Lima, no Peru. A seguir, acompanhe a conversa que o Paladar teve com o editor da Restaurant.
O que a Restaurant pretende ao apostar numa lista regional dos melhores restaurantes da América Latina?
Nos últimos anos, o número de restaurantes latino-americanos na lista
dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo tem aumentado. A cena gastronômica
nesta região é rica em diversidade, e ainda relativamente desconhecida.
Uma edição exclusiva para a América Latina nos permite dar mais
destaque a esses talentos do que somos capazes de fazer na edição
mundial. Além disso, o lançamento da lista dos 50 Melhores Restaurantes
da Ásia, em Cingapura, foi um grande sucesso. Com o evento
latino-americano, pretendemos incentivar a cooperação entre os chefs,
reunindo anualmente os melhores da região, chamar a atenção para o
desenvolvimento da culinária regional e celebrar juntos a gastronomia
latino-americana.
Qual a importância da América Latina para a gastronomia hoje?
A América Latina é, sem dúvida, uma crescente influência gastronômica no
mundo, principalmente porque se trata de uma região de crescente
importância econômica. Além disso, como o mundo está se tornando menor,
por causa do desenvolvimento tecnológico e dos meios de comunicação, as
regiões do planeta estão cada vez mais expostas a outras culturas. A
cozinha latino-americana oferece novos sabores e receitas para o resto
do mundo. A gastronomia, assim como toda cultura, está sujeita a
tendências e modismos, mas isso não significa necessariamente que tenha
curta duração. A onda da América Latina não é passageira.
Os restaurantes peruanos e brasileiros são os latinos mais
presentes na lista mundial. Isso deve se repetir na premiação da América
Latina?
Não posso adiantar nada. Essas informações só serão anunciadas na cerimônia de premiação, em Lima.
Mas podemos saber qual o país com mais restaurantes na lista?
Adiante, ao menos, se os brasileiros podem esperar uma boa notícia.
(Risos.) Vamos ter que esperar pra saber, mas todos os países vão ter suas razões para celebrar.
Muitos críticos afirmam que a lista dos 50 Melhores é uma
premiação muito comercial. Por outro lado, o prêmio se tornou um dos
mais importantes termômetros do mercado hoje, fazendo restaurantes da
lista terem reservas de meses. Como o senhor avalia essa relação?
Os resultados e os prêmios são apenas computados e publicados pela
revista. Nossos patrocinadores não têm qualquer envolvimento com os
resultados. Nem eu nem ninguém da Restaurant decide sobre a
lista, nós simplesmente organizamos o sistema de votação e o evento de
premiação. Há 950 especialistas (entre jornalistas, chefs, gastrônomos e
foodies) independentes que nos ajudam a fazer a lista Mundial e 250 a
da América Latina. É a partir desses votos coletivos que criamos o
ranking. É uma premiação feita com pessoas da área, que votam segundo
suas opiniões pessoais.
O Paladar fará a cobertura da cerimônia de divulgação dos 50
Melhores Restaurantes da América Latina. Acompanhe com a gente pelo site
ou pelas redes sociais.
[Fonte: blogs.estadao.com.br/paladar]
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