A história de Saint-Exupery foi reescrita por Josué Limeira e ilustrada por Vladimir Barros com traços nordestinos
O Pequeno Príncipe ganhou nova roupagem na história de Josué Limeira ilustrada por Vladimir Barros
A história é basicamente a mesma: o famoso e querido
Pequeno Príncipe ainda é louro com os olhos claros, mas tem lá suas
singularidades, como a pele morena e a roupa que remete ao maracatu e ao
cangaço. Os cenários da história são mais áridos, os pássaros são asas brancas
e o famoso rei é inspirado nos tradicionais monarcas dos reisados. Uma
particularidade, no entanto, é que explica todas essa mudanças no universo
clássico e poético criado pelo escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry: o
fato de ser contado em versos, como uma boa história de cordel.
A ideia para criar O Pequeno Príncipe em Cordel (Carpe
Diem), que será lançado na próxima quarta, às 19h, no hall do Paço Alfândega,
nasceu há dois anos, a partir do cordelista Josué Limeira. Já experiente no
mundo dos cordéis, ele tentou, primeiro, adaptar para versos o início do livro.
Quando viu que funcionava, partiu para o desafio de transformar – com a maior
fidelidade possível – a narrativa de Exupéry em um novo formato.
Além disso, o livro conta também com outros traços e
cores. Parceiro de Josué na empreitada, o ilustrador e designer deste JC,
Vladimir Barros ajudou a criar um Pequeno Príncipe cheio de toques da cultura e
da vida nordestinas. “Eu e Vladimir tivemos uma parceria anterior, um cordel
que fiz sobre Luiz Gonzaga para o JC, também ilustrado por ele. Neste projeto
de agora, ele parece que colocou tudo que tinha dentro dele nos desenhos”,
conta Josué.
“Quando peguei os versos, comecei a pensar nas imagens.
Trabalhei com o universo da xilogravura e do cordel, mas não queria usar, por
exemplo, as cores muitos vivas de J. Borges. Quis que o livro tivesse uma alma
regional, com tons quentes, mas não tão vibrantes”, explica Vladimir. Além
disso, o designer usou sua paixão pela cultura pernambucana como elemento
criativo, incluindo asas brancas, elementos do reisado e do maracatu e até a
flor do mandacaru como representação da flor no deserto. O personagem Vaidoso,
por exemplo, ainda virou a nossa famosa calunga, o Homem da Meia-Noite, figura
mais elegante do Carnaval.
ADAPTAÇÃO
Josué ficou
emocionado quando viu a obra, fruto de uma ideia casual e muito esforço, virar
livro. “A gente conseguiu trazer Exupéry para o nosso quintal. Foi uma grande
responsabilidade transpor isso, mas mantivemos a filosofia e poesia que ele
botou no livro”, comenta o autor, que ainda organizou uma contação de história
no lançamento desta quarta. “É uma homenagem que Pernambuco e o Nordeste fazem
a esse aviador e escritor fantástico. Exupéry é um pouco o Pequeno Príncipe que
ele mesmo criou, alguém que até continua a iluminar o céu.”
A obra,
além do lançamento na quarta, também será distribuída pelo Jornal do Commercio,
em preço promocional, dentro do projeto Biblioteca JC – R$ 29,90 para
assinantes e R$ 32,90 para não assinantes, com a possibilidade de se comprar
por telefone ou pela internet (www.assinejc.com.br/BibliotecaJC). Na sexta, os autores
ainda fazem uma tarde de autógrafos, no estande do JC no RioMar.
[Fonte: www.jconline.ne10.uol.com.br]
Sem comentários:
Enviar um comentário