Com 147m², o estande de SP – cidade homenageada na feira – não deverá ter editoras
Em novembro do ano passado, a Biblioteca Mário de Andrade aproveitou que a sua revista chegava à 69ª edição e, corajosamente, publicou a Obscena,
com dossiês, entrevistas e ensaios críticos que colocam em cena
autores, obras e temáticas eróticas, grotescas e malditas. Essa mesma
coragem vai dar o tom da programação da Cidade de São Paulo na 40ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires.
A biblioteca é responsável pelo estande da cidade, que será a
homenageada na feira. Com 147m², o espaço vai mostrar a produção da
periferia da capital paulista, levando a Buenos Aires autores da
periferia da capital, além de reproduzir na capital portenha saraus
literários realizados em bairros periféricos de São Paulo.
Luiz Bagolin, diretor da Mário de Andrade, conta que o mercado foi
procurado, em reuniões realizadas com editoras, CBL e outras entidades
do setor. A intenção das reuniões era arregimentar parceiros para a
programação do estande. No entanto, Bagolin foi enfático ao dizer que a
Prefeitura não bancaria a ida de autores mainstream, logística e
nem custos de comercialização de livros em Buenos Aires. “As editoras
torceram o nariz, mas seguimos firmes no propósito de levar a periferia
de São Paulo à Argentina”, conta Bagolin que revela ter enfrentado muita
resistência interna também. “Fui ao prefeito e ele me respaldou e
disse: ‘se necessário, vamos sem o mercado’”, arrematou.
O diretor executivo da CBL, Mansur Bassit confirma a sua
participação nessas reuniões. Para ele, o assunto ainda não está
encerrado. “Queremos e podemos ajudar, mas temos que saber como. Até o
momento, não foi feito nenhum pedido oficial de ajuda”, explica. Ele
comenta ainda que a Câmara não dispõe de verba para Buenos Aires. “Os
recursos para eventos internacionais que temos vêm da Apex e do
Brazilian Publishers e não a Feira de Buenos Aires não estava prevista
no planejamento estratégico”, comentou.
De acordo com Bagolin, as portas não estão fechadas e editoras e
entidades que ainda queiram se unir à Prefeitura poderão, até a primeira
semana de fevereiro, enviar propostas de parceria para a Mário de
Andrade. “A Libre por exemplo,
acenou positivamente à nossa proposta e deverá levar seu catálogo de
livros digitais para consulta e até download gratuito em monitores que
montaremos no estande na feira”, conta.
O estande
O estande, que está sendo projetado por uma equipe da própria prefeitura, terá ambientação feita pela ONG Jamac
(Jardim Míriam Arte Clube), coordenado pela artista plástica Monica
Nador. O Jamac, localizado na Zona Sul da capital, começou a ganhar
projeção quando participou da 27ª Bienal Internacional de São Paulo, em
2006.
[Fonte: www.publishnews.com.br]
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