Alunos sem vínculo com outro país, mas que querem estudar no exterior, agora buscam esse tipo de ensino
Por Thiago Mattos
Maria Luisa Fernandes, de 18 anos, estudante do 3.º ano
do ensino médio do Colégio Humboldt, em Interlagos, zona sul de São
Paulo, sempre quis estudar no exterior. A jovem, que tem aulas em alemão
e português, é o retrato de uma tendência observada nas escolas
bilíngues e internacionais: famílias que optam por esse ensino para que
os filhos possam, no futuro, ter mais facilidade para estudar fora e não
por causa de ligações com o idioma ou com a cultura do outro país.
"É mais fácil estudar na Alemanha do que em outro país. Mas, para
isso, é preciso saber a língua. Há muitas bolsas para estudantes
estrangeiros, e ainda tenho os caminhos abertos pela escola”, diz Maria
Luisa, que se prepara para estudar Economia em Munique em 2014.
Silvia Adrião, diretora da Scuola Italiana Eugênio
Montale</IP>, no Morumbi, zona sul, diz que a mudança é observada
há três anos. “Antes, a maioria dos alunos descendia de italianos. Agora
há uma tendência de famílias que não têm laços com a Itália e buscam o
ensino bilíngue para abrir as portas de universidades europeias e
americanas para os filhos.”
A mudança de perfil fez crescer em 43% o número de alunos
matriculados nesses colégios entre 2008 e 2011, de acordo com a Corus
Consultores. E, segundo <IP> a Organização das Escolas Bilíngues de
São Paulo (Oebi)</IP>, a capital paulista concentra 75 das 119
instituições do País que focam em um idioma estrangeiro.
Integrado. O currículo dessas escolas é formatado
basicamente de três maneiras. Elas seguem a grade brasileira – atendendo
às exigências do Ministério da Educação (MEC) –, a internacional ou
integram as duas. Neste caso, o currículo brasileiro é enriquecido com
conteúdos de História, Geografia e Literatura do país de origem da
escola, mas no idioma estrangeiro. Disciplinas como Matemática e Química
costumam ser ministradas nas duas línguas.
No Colégio Miguel de Cervantes, também no Morumbi, o currículo
integrado significa horário estendido três tardes por semana. “Isso
representa um acréscimo de 30% na carga horária”, afirma Cibele Alonso,
coordenadora da escola de origem espanhola.
A ampliação do horário é usada ainda em disciplinas como artes e música, além de um terceiro idioma.
[Fonte: www.estadao.com.br]
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