A retalhista está a arranjar soluções gráficas na tradução dos rótulos para que os produtos de marca própria "possam circular livremente entre ambos os países". Veja alguns dos 400 casos já adaptados aos dois idiomas.
Escrito por António Larguesa
A poucos meses de começar a abrir os primeiros dez supermercados em Portugal, a partir de julho, a Mercadona já adaptou os rótulos de cerca de 400 produtos de marcas próprias aos dois idiomas. Fonte oficial da empresa de origem espanhola sublinhou ao Negócios que o objetivo é que "os produtos possam circular livremente entre ambos os países".
Chá de gengibre, piza de atum, iogurte grego ou branqueador de juntas. Estes são alguns dos artigos que já têm a embalagem alterada depois da intervenção da equipa de marketing e design (ver imagens). Embora também venda outras insígnias, a retalhista aposta sobretudo nas quatro principais marcas próprias: Hacendado (alimentação), Deliplus (higiene pessoal), Bosque Verde (produtos de limpeza) e Compy (artigos para animais de estimação).
"Desde 2016 que estamos a adaptar-nos a Portugal. Além de estudar os hábitos de consumo e os gostos dos portugueses [no Centro de Coinovação, em Matosinhos], a tradução é mais um passo nesta adaptação a um novo mercado. (…) Deste modo, além de criativa e inovadora, a imagem dos rótulos é mais simples e clara, permitindo uma fácil interpretação para os clientes" , detalhou a mesma fonte da Mercadona.
Antes de chegarem às prateleiras em solo nacional – Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar, Braga, Barcelos, Penafiel, S. João da Madeira e Aveiro são localizações confirmadas –, os produtos com o novo rótulo já estão à venda nas mais de 1.600 lojas do país vizinho, onde é líder de mercado com uma quota de 25%. Algumas das soluções criativas estão a suscitar curiosidade do outro lado da fronteira e comentários nas redes sociais.
Como o Negócios adiantou a 17 de janeiro, os supermercados portugueses da Mercadona vão mesmo estar abertos ao domingo, ao contrário do que acontece do outro lado da fronteira. A justificação é simples: logo a seguir ao sábado, este é o segundo dia mais rentável para o retalho alimentar em Portugal. Por outro lado, deste lado da fronteira continuará a seguir outra das "regras de ouro" no país vizinho: não praticar ofertas nem descontos.
Investimento estrangeiro de 100 milhões
Após duas abordagens falhadas – em 2002 desenhou um plano para avançar por Lisboa e Algarve; e volvida uma década voltou a apontar o alvo ao país, equacionando a via das aquisições –, o grupo familiar liderado por Juan Roig Alfonso decidiu em junho de 2016 entrar em Portugal, por ser um mercado próximo em termos geográficos, culturais e logísticos, e se enquadrar "no crescimento orgânico e natural" do grupo.
O orçamento inicial de 25 milhões de euros acabou por ser atualizado em setembro de 2018 para 100 milhões de euros, abrangendo a abertura de uma dezena de supermercados no país, onde já recrutou 300 trabalhadores e assume o "compromisso" de chegar aos 650 até ao final do ano. Uma das últimas localizações a serem reveladas foi a da cidade Invicta, com a primeira loja portuense a abrir nas imediações da rotunda da Boavista.
[Fonte: www.jornaldenegocios.pt]
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