Em ação judicial, Google diz que
usuários não esperam ‘confidencialidade’. Empresas foram ao Senado falar
sobre denúncias de espionagem.
O diretor de Políticas Públicas do
Google Brasil, Marcel Leonardi, afirmou nesta quinta-feira (15) em
audiência pública no Senado que a empresa “processa” as informações
trocadas por seu serviço de e-mail, o Gmail, mas negou que haja coleta
de informações pela companhia ou desrespeito à privacidade.
Nesta quarta, a imprensa internacional
divulgou que o Google informou à Justiça dos Estados Unidos que os
usuários de seu serviço do Gmail não possuem expectativa de que as
mensagens enviadas e recebidas sejam confidenciais.
“O que o trecho da petição esclarece:
usuários de [outros] serviços de e-mail, que não são o Gmail [e trocam
e-mails com usuários do Gmail], não poderiam ter expectativa de que o
Google não processasse as informações contra alguém por meio dessa
mensagem para destinatários que usam Gmail. Não se trata de dizer que
usuários do Gmail não têm privacidade ou que as informações são
coletadas – muito pelo contrário”, disse Leonardi.
O documento do qual faz parte a
declaração do Google foi apresentado à Justiça em julho. O texto consta
da defesa da empresa para encerrar um processo em que a companhia é
acusada de acessar o conteúdo dos e-mails para direcionar anúncios aos
usuários.
“É um argumento jurídico para
esclarecer: ‘Olha, você envia mensagens para pessoa que tem Gmail. Você
não pode esperar que o Google não vá processar essa informação, porque,
se não processar, como o Google vai entregar a mensagem para esse
destinatário? Foi uma não notícia, se me permite o português, e não tem
nada de novo”, declarou. Ele também comparou o processo ao registro de
ligações feito por uma companhia telefônica.
Leonardi foi ao Senado nesta quinta para
participar de audiência pública ao lado de representantes da Microsoft e
do Facebook no Brasil. Eles foram convidados pela Comissão de Relações
Exteriores para prestar esclarecimentos sobre a denúncia de que empresas
de tecnologia teriam colaborado com o esquema de espionagem pelos
Estados Unidos que monitorou telefonema e e-mails de pessoas e empresas
no Brasil.
Os três negaram que as companhias tenham
colaborado com o esquema de espionagem, conforme as empresas já haviam
divulgado. Bruno Magrani, gerente de Relações Governamentais do Facebook
no Brasil, disse que a companhia adota princípios de privacidade.
“O Mark Zuckerberg [presidente executivo
do Facebook] já afirmou que Facebook nunca fez parte de programa para
dar aos Estados Unidos acesso direto a dados. Nunca recebemos pedido
para informações sobre metadados [dados sobre registro de uso de
serviço].[...] Se fosse solicitado, recusaríamos”, disse.
O diretor-geral Jurídico e de Relações
Institucionais da Microsoft Brasil, Alexandre Esper, também rechaçou a
possibilidade de participação da empresa em espionagem. “A Microsoft
não fornece, em nenhum pais e sob qualquer pretexto, governo ou
instituição, acesso irrestrito a dados de seus clientes de qualquer
parte do mundo”, disse Esper.
[Fonte: www.anonymousbrasil.com]
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