segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Línguas raras

 


Escrito por Maria do Rosário Pedreira

Quando um autor é publicado pela primeira vez, tem sempre muitas perguntas para fazer que se prendem com o seu futuro como escritor «universal», e uma delas geralmente está relacionada com a tradução do seu livro no estrangeiro. 

Como são poucas as editoras lá fora que têm leitores de língua portuguesa, é preciso muito trabalho para conseguir uma tradução de um autor português desconhecido em qualquer país, mais ainda se não se investir na retroversão para inglês de um excerto para difusão, o que resulta caro. 

Mas, depois de os livros começarem a disparar (o que, por exemplo, aconteceu com o romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, depois de ter ganho prémios de peso em Portugal e no Brasil), por vezes acabam por vender-se em línguas muitíssimo raras, como o persa, o tamil, o urdu, o telugu... 

Não foi bem isso que aconteceu com o espantosamente bem-sucedido Pedro Alecrim, do querido António Mota, a história de um rapazinho que perde o pai publicada originalmente em 1988 e com mais de 40 edições até hoje; mas acaba de ser traduzido para a língua mirandesa, um  feito a que poucos têm o privilégio de assistir. 

Parabéns, António, por este Bai Pedro Bai, uma tradução que quase ninguém consegue, mesmo os autores famosos! 

 

[Fonte: horasextraordinarias.blogs.sapo.pt]  

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