A língua mais importante no mundo não é a língua materna com mais falantes, mas aquela que é a segunda língua de mais pessoas. Pois, o inglês. Quando vamos a um país cuja língua não dominamos, puxamos logo do inglês como língua de comunicação; e, devido à produção em massa de séries, filmes e música em inglês (sobretudo nos EUA), não só uma quantidade enorme de palavras inglesas são usadas quotidianamente em Portugal (sobretudo nas empresas, onde todos os cargos foram convertidos à tradução inglesa e os Recursos Humanos, quando entra alguém de novo, chega a chamar à receção ao novo funcionário «On Boarding»), mas também a língua do país é permeada por construções gramaticais do inglês. Hoje, por exemplo, muitos portugueses usam o «tu» em lugar do «nós» ou do impessoal «se» (e tudo por causa do «you», que é simultaneamente «tu» e toda a gente); as redes sociais estão a abarrotar de anglicismos ou palavras em inglês; mas o que acho mesmo a pior das notícias é que, nas provas feitas este ano nas escolas concluiu-se que os alunos do 4.º ano (portanto, com 9 ou 10 anos) se saem melhor em inglês do que em português. Foram realizadas mais de 340.000 provas. Teme-se o pior.
[Fonte: horasextraordinarias.blogs.sapo.pt]
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